Muitos professores, alunos e especialistas estão debatendo sobre o primeiro dia de prova do Enem 2022, que aconteceu no último domingo (13). O debate que tem tomado maior forma é sobre o nível de dificuldade das questões, além de poucas questões envolvendo fatos históricos, principalmente relacionados com acontecimentos de nosso país.
Especialistas falam que isso se deve ao contingenciamento do Banco Nacional de Itens (BNI), local que reúne as questões aprovadas para cada edição do Exame Nacional de Ensino Médio, o ENEM.
Maria Helena Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave) e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), falou um pouco sobre a prova deste ano e sobre o que deve ter acontecido para que os alunos estejam tão descontentes com a prova.
Estudantes chegam para as primeiras provas. (Foto: Reprodução/ Marcia Foletto/Agência O Globo)
“É comum no Enem que nem todos os conteúdos de história, por exemplo, sejam apresentados. Porque as questões são interdisciplinares e se fundem os conteúdos, tornando a prova mais interpretativa. Mas é intrigante que temas importantes da história não sejam abordados. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que na atual situação de desmonte do Inep no atual governo, os professores conseguiram abordar questões importantes mesmo com um banco de itens tão escasso”, disse Maria Helena Guimarães.
Foi explicado que, depois de quatro anos sem a criação de novas questões, o BNI não teve um número de questões suficientes para que houvesse a realização da prova em 2022, o que motivou o Inep a ir ao concerto de questões que antes haviam sido descartadas em antigos testes.
Maria Helena também ressaltou sobre o debate de temas como racismo, feminicídio, saberes tradicionais, liberdade de expressão na Era Vargas e outros. Segundo ela, conteúdos e pautas como essas devem ser ensinadas no ensino médio e que possam ter reverberação para além do conteúdo de sala de aula, tendo o intuito de promover um maior pensamento crítico para o aluno e vestibulando.
Foto Destaque: Alunos na prova do Enem. Reprodução/ Portal Gov.br
