Polícia Civil investiga o tumulto após o rebaixamento do Santos

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Nas ruas da Vila Belmiro, pela manhã de hoje (7), quem vê o bairro do litoral de São Paulo pode pensar que está em um cenário de guerra: carros e ônibus incendiados, estilhaços de vidro no chão, e sinais de confronto recente. Mas não foi nenhuma manifestação política, ou guerra civil. Foi o rebaixamento do Santos, num tumulto que envolveu até a polícia, a qual agora investiga o caso.

No conflito da noite desta quarta-feira (6) – logo após o fim do jogo entre Fortaleza e Santos – onze policiais ficaram feridos e duas viaturas foram sofreram danos. Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP), eles foram acionados para conter atos de vandalismo de torcedores descontentes com o resultado (2×1), que rebaixou o time para a série B. 

Ao fim da noite, já eram seis ônibus e quatro carros incendiados, pichação em grande escala, e danos na rede de eletricidade, além dos ataques contra policiais. As investigações da Polícia Civil ainda não conseguiram prender os atuantes, mas o evento já foi registrado como um caso de dano, lesão corporal, e incêndio no CPJ Santos, o qual deve ser extensivamente investigado.


Vila Belmiro amanheceu com lixos pelos arredores.

Vila Belmiro amanheceu com lixos pelos arredores. (Foto:reprodução/Vanessa Medeiros/g1)


Sobre o caso

Estabelecendo uma breve linha do tempo, a confusão já começa de forma antecipada: os primeiros arremessos de pedras, coquetéis molotov, e outros objetos ocorreram antes mesmo da partida acabar.

Os alvos eram a Vila Belmiro em si e os policiais que já se encontravam no local. Em resposta, foi utilizado gás de pimenta e bombas de efeito moral para conter a situação. Com a intensificação da violência, foi acionada a cavalaria da Polícia Militar, que chegou ao local para reforçar a segurança com a assistência de helicópteros.

Assim ocorreram os diversos incidentes nos arredores do estádio, dos automóveis incendiados até a queda da energia elétrica após um dos veículos em chamas ter afetado a fiação que serve para distribuir a rede da CPFL Piratininga, responsável pela energia na cidade, que ainda não voltou em algumas regiões.

Na madrugada, equipes da companhia apoiaram o Corpo de Bombeiros no local,” a companhia informou. “Os trabalhos estão sendo retomados nesta manhã, para os reparos necessários nas estruturas afetadas.


muro do Centro de Treinamento (CT) dos Meninos da Vila

Muro do Centro de Treinamento (CT) dos Meninos da Vila, pixado com a frase, “time sem vergonha”. (Foto:reprodução/g1)


“Time sem vergonha”

Os casos de pichação, muitos com a frase “time sem vergonha” ou variações – como ocorreu no muro do Centro de Treinamento (CT) dos Meninos da Vila – demonstram a origem da violência presenciada: a decepção com o resultado, que marca a primeira vez que o Santos é rebaixado.

Não é, no entanto, a primeira vez que atos desse tipo são cometidos pela torcida do esporte. O caso atual ecoa um passado de vários incidentes causados pelas torcidas organizadas, de brigas até mortes decorrentes, muitos casos nos quais a polícia não estava preparada para a confusão.

Foto Destaque: Policiais tiveram dificuldade em conter a stiuação na Vila Belmiro, onde carros e ônibus foram queimados. (Reprodução/Guilherme Dionízio/Estadão)

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