Operação da Polícia Federal em conjunto com os governos da República do Paraguai e dos Estados Unidos da América, na última terça-feira (5), desmontou uma quadrilha internacional de tráfico de armas que iniciava as operações no leste europeu até chegar à América do Sul.
Policiais da Polícia Federal durante buscas pela Operação Transloading, realizada na última terça-feira (Foto: reprodução/Polícia Federal)
Três anos pesquisando
Segundo a PF, a investigação teve início em 2020 e apontou para o traficante argentino Diego Hernan Dirísio, tido como o maior traficante de armas da porção sul do continente americano. O principal nome da organização em território brasileiro é Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, traficante de drogas do Complexo do Alemão que, segundo os investigadores, tinha um apreço por armas de maior calibre. Ambos estão foragidos e sendo procurados.
A investigação ainda apontou que, com o dinheiro levantado, o “Professor” conseguiu criar uma super infraestrutura no Complexo do Alemão, chegando a receber profissionais da saúde para realizarem nele uma lipoaspiração dentro da comunidade.
Os dados divulgados informam que no dia da operação foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 54 endereços de Brasil, Paraguai e EUA, e 16 pessoas ainda estão foragidas.
O traficante Diego Hernan Dirísio (Foto: reprodução/Polícia Internacional)
Legalidade e laranjas
Além disso, descobriu-se que Dirísio possuía contratos com o governo paraguaio, fornecendo armamentos para as forças policiais do país, com apoio de militares.
Trocas de mensagens conseguidas pela investigação provam que o traficante conseguia entrar com as armas contrabandeadas comprando militares e responsáveis da Dimabel, órgão responsável pela fiscalização de armamentos no Paraguai, com armamentos caros e desejados que eram dados como presentes para essas pessoas.
15 membros da Dimabel foram alvos da operação na última terça, e um general se entregou no dia seguinte às autoridades responsáveis. Além disso, empresas estadunidenses eram utilizadas como fachada para o contrabando.
Estima-se que o argentino tenha importado mais de 40 mil armas de Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia, países do leste europeu.
Foto destaque: armas e objetos apreendidos pela Polícia Federal durante operação Transloading. (Reprodução/Polícia Federal)