A Polícia Federal prendeu dois suspeitos de ligação com a organização política e paramilitar fundamentalista (xiita) islâmica Hezbollah nos últimos dias 07 e 08 de novembro, suspeitos de planejar um ataque terrorista no Brasil. A Operação Trapiche foi organizada “com o objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país”, de acordo com a Comunicação da Polícia Federal.
A preocupação internacional é com o ressurgimento do antissemitismo, que foi a força matriz do Holocausto, que matou mais de 6 milhões de judeus, e começa a ressurgir ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Soldados do Hezbollah em formatura no Líbano (Foto: reprodução/Hassan Ammar/AP Photo)
A operação
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no estado de Minas Gerais, três no Distrito Federal e um em São Paulo, além de duas prisões temporárias no mesmo estado. A operação foi motivada pela suspeita de planejamento de ataques terroristas por um grupo próximo ao Hezbollah. O alvo desses ataques seriam pessoas e comunidades judaicas no território brasileiro.
As duas prisões foram de cidadãos brasileiros. O primeiro foi preso na terça-feira (07) à noite, no aeroporto de Guarulhos, que está incluso também na GLO assinada pelo presidente Lula. O suspeito estava desembarcando de um voo vindo do Líbano, país de origem do Hezbollah, e teve U$S 5 mil (aproximadamente R$ 24 mil) apreendidos. O segundo preso é de Santa Catarina. Por se tratar de prisão temporária, os dois ficarão presos por 30 dias.
A Interpol está atenta para dois outros homens que ainda estão no Líbano e possuem dupla nacionalidade.
Polícia Federal em treinamento para combater Hezbollah e PCC (foto: reprodução/Polícia Federal)
Acusações
As informações da ramificação do Hezbollah no Brasil foram passadas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos. O Mossad, órgão de segurança israelense, afirmou em nota que “os órgãos de segurança do Brasil, juntamente com o Mossad, seus parceiros na comunidade de segurança israelense e outros órgãos internacionais de segurança, frustraram um ataque terrorista no Brasil, promovido pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano”, e que esses braços do Hezbollah estão se espalhando por outros países.
Acredita-se que a viagem desses homens à Beirute, capital do Líbano, foi para conversar e aprender com integrantes do grupo extremista.
Os crimes aos quais eles podem ser acusados são organizar ou criar organização terrorista em território brasileiro, além de preparar ataques terroristas. O crime de terrorismo é considerado hediondo desde a promulgação da lei antiterrorismo, que considera o terrorismo crime hediondo e portanto, inafiançável.
Foto destaque: policiais da Polícia Federal cumprindo mandados de busca e apreensão (Reprodução/Poícia Federal)