Três policiais rodoviários federais, envolvidos na morte de Genivaldo Santos durante uma abordagem, foram presos nesta sexta-feira (14). Os acusados se apresentaram voluntariamente à Polícia Federal (PF).
Os agentes tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal, que consideraram a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra os policiais, William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento, pelos crimes de abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado. Estão presos preventivamente no presídio militar de Sergipe, na região de Aracaju.
Em nota, a Justiça Federal em Sergipe informou que decretou a prisão preventiva após o MPF se representar pela prisão dos réus. Ainda informou que os policiais passaram por exame de corpo de delito, além de audiência de custódia e, depois, foram encaminhados para o presídio.
Caso
Genivaldo Santos, 38 anos, morreu no município de Umbaúba, cidade do Sul sergipano, após ser abordado por policiais rodoviários federais ao estar pilotando sem capacete. Durante a ação, ele foi preso no porta-malas da viatura e exposto ao um gás lacrimogêneo. Segundo a certidão de óbito, apontou asfixia e insuficiência respiratória como causa da morte.
Nas imagens da abordagem coletadas por populares e a família, era possível ver o agente William de Barros Noia pedindo para que Genivaldo colocasse as mãos na cabeça, mesmo a vítima obedecendo recebeu spray de pimenta no rosto. Segundo os peritos, o policial Kleber Nascimento Freitas jogou o spray pelo menos umas cinco vezes, enquanto dois policiais pressionavam o pescoço e o peito de Genivaldo com os joelhos.
Após a vítima ser colocada na viatura, o policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento jogou uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento, segurando a porta para que a fumaça não se dissipasse mais rapidamente. Ele também sofria de esquizofrenia, fazia tratamento por pelo menos 18 anos e tomava antipsicóticos. O laudo toxicológico mostrou a presença do medicamento no sangue dele. Não tinha nenhum sinal de bebida alcoólica e nem de drogas.
Foto destaque: Acusados de envolvimento na morte de Genivaldo Santos. Reprodução/TV Globo