A tragédia ocasionada pelas fortes chuvas ocorridas no litoral norte de São Paulo no último final de semana, provocando três deslizamentos, soterrando aproximadamente 50 casas deixando um pouco mais de 40 pessoas mortas poderia ter sido evitada.
Foto: Prefeitura sabia desde 2014 do risco que a comunidade sofria de um deslizamento (Reprodução/ https://www.tnh1.com.br/).
Um projeto de regularização fundiária sustentável elaborado no ano de 2014, pela administração municipal de São Sebastião admitia que seria necessária a remoção de todas as pessoas que residiam naquele local.
Conforme a analise realizada a área era considerada de risco físico alta, por possuir um solo em processo erosivo avançado e com alta declividade. O documento elaborado há nove anos reconhecia o risco de deslizamentos de encostas na Vila Sahy, local onde se concentrou o maior número de vítimas das chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo.
No estudo consta um mapeamento do Instituto Geológico, realizado no ano de 1996 no qual apontava a Vila Sahy como um perímetro de risco altíssimo para escorregamentos e inundações. Recomendando a remoção preventiva das moradias e seus ocupantes ou que fossem realizadas obras de contenção associadas a obras de drenagem.
Mesmo diante ao alerta do documento a prefeitura municipal não adotou mediadas para proteger a população, o poder público municipal continuou permitindo que a comunidade continuasse crescendo com a construção de mais imóveis irregulares.
A Via Sahy que se localiza às margens da rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, mas precisamente entre os bairros de Juquehy e a Praia da Baleia, no município de São Sebastião. A comunidade iniciou sua ocupação em 1987, possuía mais de 500 famílias e cerca de 650 imóveis.
Em nota a prefeitura de São Sebastião, informa que o problema de crescimento de ocupações irregulares na cidade é um problema que vem se arrastando a mais de 15 anos, e que vem trabalhando para conter os “erros do passado”. Informa ainda que os compromissos de regularização assumidos na gestão de 2009, só não foram cumpridos, devido ao agravamento da formação de novos núcleos urbanos informais e a expansão dos já existentes. Quanto as providencias em relação as áreas de risco, o Prefeito Felipe Augusto (PSDB), não respondeu especificamente.
Foto destaque: Projeto realizado pela administração municipal de São Sebastião Sebastião admitia que havia risco de deslizamentos de encostas (REPRODUÇÃO/ https://cityroma.com)