A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fará a retomada de investigação sobre a blitz e bloqueios ocorridos em rodovias durante 2º turno das eleições de 2022. A direção da PRF anulou, nesta quarta-feira (19), o arquivamento de partes de investigações sobre atuação da corporação no 2° turno das eleições de 2022. O arquivamento de parte da investigação havia sido feito pelo ex-corregedor da corporação.
Entenda o caso
Durante o 2° turno das eleições do ano passado, alguns agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram blitz e bloqueios em várias rodovias do Brasil, além de fiscalizações em vans e ônibus, mesmo sendo proibido pelo Superior Tribunal Federal (STF). Com a operação, especialmente dos bloqueios nas rodovias, fez com que a chegada dos eleitores nos pontos de votação, ficasse atrasada ou mesmo impossibilitada devido a operação, principalmente nas regiões Nordeste e Norte do país, principais redutos eleitorais do presidente Lula. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já apresentava vantagem na corrida eleitoral em relação ao seu principal adversário, Jair Messias Bolsonaro (PL).
Agente da PRF realizando vistoria em rodovia. (Reprodução: Pixabay)
A corporação realizou uma investigação interna sobre a atuação naquele domingo de 30 de outubro, porém o então corregedor-geral, Wendel Benevides Matos, indicado pelo governo de Bolsonaro, determinou arquivamento parcial da investigação. O argumento apresentado foi de que não havia sido constatadas irregularidades em todas as regiões e somente cinco estados deveriam seguir com apurações sobre as blitz nas rodovias.
Retomada da investigação
A nova direção da PRF, no entanto, discorda dos argumentos apresentados pela antiga gestão e manterá investigação completa, a fim de apurar a atuação dos bloqueios e blitze em todos os estados brasileiros. Além disso, a direção da PRF retornou com as investigações por entender que há lacunas técnicas na apuração anterior, assim como novos fatos relacionados com governo passado. A PRF passou por uma mudança de corregedor com a exoneração de Wendel Benevides Matos, ocorrida na última semana. Silvinei Vasquez, então diretor-geral da PRF e responsável pelos bloqueios e blitze das rodovias é investigado no processo.
Foto Destaque: Agente e viatura da PRF. Reprodução: Pixabay