O Fantástico conseguiu localizar algumas professoras que prestaram depoimento à polícia, mas só uma aceitou conversar com a nossa equipe. Por medo, ela não quis gravar entrevista, mas enviou áudios e passou informações sobre como os alunos eram tratados.
Veio á tona essa semana, imagens gravadas em uma escola particular da Zona Leste de São Paulo que chocaram o país. Nas imagens as crianças pequenas, de até 2 anos e meio, aparecem amarradas com lençóis e chorando em cadeirinhas deixadas no banheiro e a polícia agora investiga o local por maus-tratos.
Este domingo (20) o fantástico trouxe novas informações sobre a denúncia, que acabou causando muita indignação, não só de pais de alunos, como nas redes sociais.
“Foi uma facada no meu peito mesmo. Foi uma dor que eu nunca tinha sentido na minha vida”, afirma a autônoma Luara Stramaro, mãe de uma das crianças que aparece nos vídeos.
Bruna Naviskas, mãe de outra das crianças filmadas, lamenta: “É um misto, de raiva, de tristeza, de culpa. De como que meu filho passou por isso e eu não percebi”.
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre a escola infantil denunciada por maus-tratos em SP é que após novas denúncias de mães que relataram filhos feridos e doentes, polícia passa a investigar escola na Zona Leste de SP, atuando como caso de tortura.
Uma das donas da escola, Roberta Rossi Serme confirmou à polícia que o ambiente onde foram gravados os vídeos é a escola “Nós tivemos uma denúncia de maus-tratos, de não ter alimentação na escola. Eu achei de um extremo absurdo quando eu soube do contexto. Essa pessoa fez esse tipo de denúncia completamente descabida”, diz Roberta.
O Fantástico conversou separadamente com quatro mães que estiveram lá e elas confirmaram o conteúdo e também confirmaram que essa é a voz de Roberta. Nesse dia, a maioria dos pais ainda não sabia dos vídeos com crianças amarradas. As mães disseram que, na reunião, Roberta se justificou: “Ela só disse que uma professora que não estava satisfeita que forjou tudo“.
A escola agora está fechada por tempo indeterminado, e a diretora não quis dar entrevista. O advogado do local, no entanto, conversou com a nossa equipe e, questionado por que ela não mostrou para os pais as fotos e os vídeos enviados à polícia, afirmou: “Você concorda que é difícil? Eu dizer assim: ‘Vem cá que eu vou te mostrar uma coisa. Esse aqui é seu filho, dentro da minha escola, sendo torturado, sendo amarrado, sendo recebendo alimentação no banheiro’. É difícil, complicado”.
Pais de alunos protestaram na frente da escola Colmeia Mágica na Zona Leste de São Paulo (Foto: Reprodução/Redes sociais)
A polícia não informou quem fez as fotos e os vídeos, mas 12 pais já foram ouvidos e também sete funcionários da escola.
O Fantástico conseguiu localizar algumas professoras que prestaram depoimento, mas só uma aceitou falar e, mesmo assim, não quis gravar entrevista por estar com medo. Ela enviou áudios e passou informações sobre como os alunos eram tratados;: “As crianças quando choram, a Roberta dá bronca na professora dizendo: ‘Por que que a gente não tirou ela da sala e levou para o banheiro?’ Como de costume ela faz. Ela pega a criança ou o bebê e leva para o banheiro, fecha a porta e deixa a criança lá chorando”, conta.
APolícia deve ouvir mais 20 pessoas sobre a suspeita de maus-tratos na creche de São Paulo.
“As crianças quando choram, a Roberta dá bronca na professora dizendo: ‘Por que que a gente não tirou ela da sala e levou para o banheiro?’ Como de costume ela faz. Ela pega a criança ou o bebê e leva para o banheiro, fecha a porta e deixa a criança lá chorando”, conta.
Foto destaque: Reprodução/Redes sociais