A informação cedida pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, para a TASS é de que o governo russo está avaliando uma proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mediação de paz entre Rússia e Ucrânia. Nesta sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023, o conflito entre os países completa um ano.
De acordo com Mikhail, Moscou está ciente sobre o posicionamento do presidente brasileiro sobre a geurra. Lula é contrário ao envio de armamento, munições e outras tecnologias de guerra para os países em conflito e defende a necessidade sobre acordo de paz.
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação in loco”, declarou.
O vice-ministro também declarou a importância do posicionamento brasileiro, uma vez que o Kremlin considera o Brasil um parceiro estratégico bilateral e global.
“Estamos interagindo de forma construtiva nos Brics, G20, ONU e seu Conselho de Segurança, onde esta nação agora é representada como membro não permanente”, afirmou.
Presidente Lula e primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz. (Foto: Reprodução/ Agência Brasil).
O governo russo declara apreço ao país por não fornecer armas à Ucrânia, apesar das atitudes do governo Norte Americano.
“Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev. Ao mesmo tempo, podemos ver como Washington está pressionando o Brasil. Essa postura soberana merece respeito.”, declarou o vice-ministro.
Apesar de o Brasil ser contrário ao envio de armas para a Ucrânia, desde o início da guerra o país também condena a invasão Russa. Apesar de buscar uma negociação de paz, a política externa brasileira não tem como objetivo isentar Moscou da culpa pela invasão à Ucrânia.
Desde sua posse, o presidente Lula está disponível como um possível mediador para que haja fim ao conflito, resolução que deve ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU com objetivo de “uma paz abrangente, justa e duradoura”.
Apesar de não datado, Lula pretendia ter um encontro com o presidente da Ucrânia que contaria com a participação do presidente francês, Emmanuel Macron. Após encontro com o primeiro-ministro alemão em janeiro, Lula sugeriu a criação de um grupo de países dispostos a negociação de paz no Leste europeu e incitou também a atuação do presidente chinês, Xi Jinping.
A china anunciou que também apresentará uma proposta de paz para a guerra. Apesar de buscar posicionamento neutro em relação à guerra, a China dispõe de apoio diplomático a Moscou, para suprir seus interesses estratégicos.
Foto destaque: Presidente Lula durante encontro com presidente Putin, da Rússia. Foto: Reprodução/ Pleno.News.