O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira (2) uma lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares pela Rússia. Segundo ele, a medida foi tomada para alinhar a Rússia aos Estados Unidos. O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), é de 1996 e nunca entrou em vigor, porque alguns países-chave, como Canadá e Estados Unidos, nunca o ratificaram.
A Rússia assegura que não retomará os testes com armas nucleares, a menos que os Estados Unidos o faça. Apesar da alteração, o país afirma que sua desratificação não altera a postura nuclear ou a forma como compartilha informações sobre suas atividades nucleares.
Mísseis intercontinentais em parada militar em Moscou (Foto: reprodução/DW / Deutsche Welle/Terra)
O posicionamento de Washington
Os Estados Unidos assinaram, mas nunca ratificaram o tratado de 1996. Putin disse que queria que a Rússia, que assinou e ratificou o pacto, assumisse a mesma posição dos EUA em relação ao tratado. Especialistas em controles de armas do ocidente estão preocupados com a possibilidade da Rússia se aproximar de um teste para intimidar e provocar medo em meio à guerra na Ucrânia. As autoridades russas minimizam essa ideia.
A Rússia pós-soviética nunca realizou testes nucleares. O último teste feito pela União Soviética foi em 1990 e o último teste dos Estados Unidos aconteceu em 1992.
O poderio nuclear russo foi exibido em 2021, na celebração pela vitória na Segunda Guerra (Foto: reprodução/MIKHAIL SVETLOV/GETTY IMAGES/BBC)
Consequências para o mundo
Em 5 de outubro, o presidente da Rússia disse que não estava pronto para dizer se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares. O posicionamento foi dado após os apelos de alguns especialistas em segurança e legisladores russos para que a Rússia testasse uma bomba nuclear, como forma de aviso ao Ocidente.
Entre os temores dos especialistas do ocidente, estão os possíveis desdobramentos, caso os testes se realizem, pois, poderiam dar início a uma nova era de testes nucleares de grandes potências. As duas câmaras do Parlamento russo já aprovaram a medida.
Foto Destaque: Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou 27/10/2023 (Foto: reprodução/ Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS)