Rede clandestina construída para roubar petróleo é descoberta na Nigéria

Lucas Siqueira Por Lucas Siqueira
3 min de leitura

Na Nigéria, região do Delta do Níger, foi descoberta uma rede de oleodutos ilegais, assim revelando a proporção dos roubos de petróleo no local. A construção faz parte de um problema recorrente no país, uma indústria petrolífera sombria extremamente lucrativa.

Segundo as informações, ladrões construíram o oleoduto de 4 quilômetros, que passa por riachos vigiados constantemente, até desembocar no Oceano Atlântico. Após esse processo, os barcos levavam, sem nenhum medo de serem vistos, o petróleo roubado para uma plataforma visível de sete metros.

O chefe da estatal petrolífera Nigerian National Petroleum Company Limited, Mele Kyari, ao andar pela área pantanosa e escorregadia, comentou ser “um trabalho profissional” feito na construção ilegal.

Petróleo na Nigéria

Para o país africano, o petróleo bruto é o principal produto de exportação, entretanto, de acordo com as autoridades, vêm ocorrendo a diminuição da produção e da receita nos últimos anos.

Conforme levantamentos, os números de produção caíram de 2,5 milhões de barris por dia em 2011 para cerca de 1 milhão em julho de 2022. Como reação a isso, contabilizando apenas 2021 até hoje, as autoridades apontaram que mais de R$ 17,5 bilhões foram perdidos com o roubo de petróleo bruto.


Barris de petróleo (Foto: Reprodução/Unplash.com)


Historicamente, a Nigéria, um país repleto de pobreza, tem enfrentado a corrupção na indústria petrolífera, tendo desde um esquema sem precedentes de subsídios a combustíveis, onde ninguém tem conhecimento do quanto é importado, até a alocação complexa de áreas para exploração do combustível fóssil.

Corrupção

Devido aos oleodutos terem sidos descobertos por uma empresa de segurança privada em vez das autoridades, suspeitas surgiram sobre um possível esquema de corrupção por forças governamentais. Por conhecer muito bem a região, Oweizide Ekpemupolo, figura controversa ligada ao governo e com um histórico criminal, trouxe alegações sobre uma possível ligação do exército e da marinha com o esquema de roubo de petróleo.

“Muitas das pessoas de segurança estão envolvidas porque não há como carregar um navio sem subornar as pessoas de segurança naquela região”, alegou Tompolo, como é conhecido, à Channels TV.

Apesar da figura Oweizide Ekpemupolo não trazer provas até o momento, não é a primeira vez que os órgãos de segurança são acusados de estarem ligados ao roubo de combustível fóssil.

Em janeiro, o governador do estado vizinho de Rivers, pediu a demissão de um superintendente da polícia por estar envolvido em roubo de petróleo na área de Emuoha.

Foto Destaque: Plataforma de petróleo. Reprodução/Unplash.com

 

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