Refugiadas ucranianas são alvos de esquema de prostituição na França

Camila Rodrigues Por Camila Rodrigues
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Com a guerra acontecendo entre Ucrânia e Rússia, a maioria das pessoas buscaram refúgio em outras partes da própria Ucrânia, acreditando que fossem mais seguras. Mais de 3,5 milhões de pessoas, no entanto, fugiram para além da fronteira. Muitas refugiadas ucranianas que chegaram à França se tornaram “presas fáceis” das redes de prostituição. A situação preocupa as associações humanitárias que ajudam as mulheres na chegada ao país.

Os refugiados são principalmente mulheres e crianças, já que os homens de até 60 anos de idade foram obrigados pelo governo ucraniano a ficar no país e lutar. Desalojados e desorientados, frequentemente sem ideia sobre aonde ir, refugiados são obrigados a confiar em estranhos.


Muitas mulheres acabam caindo na lábia dos criminosos e nas falsas promessas de ajuda e acolhida. (Reprodução/Guiame)


O fato aconteceu no início de março, quando os primeiros deslocados da guerra  começaram a desembarcar na França. Em frente ao centro de recepção recém-inaugurado pela associação France Terre d’Asile (França Terra de Asilo, em tradução livre), no norte de Paris, um homem despertou desconfiança nas mulheres que aguardavam na fila. Duas ucranianas acabaram alertando os voluntários que “um estranho” propunha que elas “trabalhassem” para ele.

“Ele estava assediando as mulheres na fila. Desde então, temos uma forte vigilância policial”, afirma Delphine Rouilleault, diretora-geral da associação. Algumas refugiadas também testemunharam terem participado de uma primeira noite “nada tranquila” na casa de um homem que ofereceu hospedagem, como muitos outros que se voluntariam para ajudar os recém-chegados.

Os riscos são maiores para as mulheres, que junto com as crianças representam 90% dos refugiados ucranianos do conflito. Elas estão na mira de pessoas mal intencionadas que acompanham esse êxodo, e “atrairão agressores oportunistas que se apresentam como voluntários, bem como redes criminosas especializadas em tráfico de pessoas”, alertou, no fim de março, a Europol, a polícia europeia.

Os refugiados não devem “jamais entregar seus documentos de identidade” e “ter cuidado com ofertas que são boas demais para ser verdade”, reforça Céline Schmitt, porta-voz na França do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Ela pediu para que os mecanismos de controle sejam reforçados para “examinar” todas as boas intenções

Mas o que preocupa particularmente as autoridades francesas, de acordo com Elisabeth Moiron-Braud, são os “riscos do tráfico envolvendo indivíduos que as recebem e vão aproveitar da vulnerabilidade das mulheres”, disse. “Este é o grande perigo desta crise”, conclui.

 

Foto destaque: Mulheres sozinhas são alvos de criminosos de esquema de prostituição. Reprodução/Aleteia.

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