Relatório aponta que Rússia perdeu capacidade ofensiva em larga escala

Welyson Lima Por Welyson Lima
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O Ministério da Defesa britânico apontou que a Rússia perdeu capacidade ofensiva na Ucrânia. Embora conservando o número de efetivos e a estrutura, as forças russas viram sua capacidade diminuir já no início da guerra, em fevereiro de 2022. De acordo com relatório que foi divulgado no último domingo (14), os britânicos fazem a avaliação de que os militares russos na Ucrânia se transformaram em grupos de reservistas com pouca capacidade de desenvolverem operações mais complexas. O Ministério considera também que, embora o Agrupamento de Forças Combinadas da Rússia mantenha aproximadamente a mesma quantidade de pessoas no campo de batalha do que há um ano, ainda não é composto por soldados profissionais. A quantidade de pessoas no campo de batalha estava estimado em 200.000 efetivos, distribuídos em 70 regimentos.


Presidente da Ucrânia, Zelensky. (Foto: Reprodução/Freepik)


O porta-voz da Inteligência de Defesa, Andriy Yusov, falou à televisão ucraniana na segunda-feira (15) que Rússia “está na defensiva”, em se tratando de discutir “toda a linha de frente”, e que eles estão sem recursos “para repetir ações ofensivas em larga escala”, destacou. De acordo com os britânicos, a Rússia só é capaz de efetuar “operações muito simples, com base na infantaria” em comparação com “operações conjuntas complexas”, regulares desenvolvidas por militares no início da guerra. “É pouco provável que tenha conseguido gerar uma reserva móvel, capaz de responder aos desafios operativos emergentes” e que ainda é “improvável que seja uma organização coesa que efetivamente tenha um efeito militar em larga escala ao longo da linha de frente de 1.200 km sob pressão”, destacou o ministério britânico.

Militares da Rússia intensificaram esforços no sentido de recrutar condenados diretamente das prisões para lutar na Ucrânia. O Ministério da Defesa do Reino Unido estimou, nesta semana, que em abril os russos fizeram o recrutamento de 10.000 condenados. Essa tática que usa prisioneiros para lutar já vinha sendo utilizada pelo Grupo Wagner. Em março, especialistas das Nações Unidas tinham criticado a estratégia. “Estamos profundamente incomodados com relatos de visitas de membros do chamado Grupo Wagner a instalações correcionais em várias regiões da Rússia oferecendo indultos a prisioneiros que se juntaram ao grupo e participaram da guerra na Ucrânia, bem como um pagamento mensal a seus parentes”, disseram os especialistas.

Yusov, que é porta-voz, afirmou que a intenção dos ataques de mísseis russos mudou e sua intensidade diminuiu desde o inverno, quando aconteceram ataques à infraestrutura de energia da Ucrania. Disse ainda que os russos são “capazes de sustentar a intensidade dos ataques”. Yusov estima que eles têm ainda grandes estoques de mísseis S-300, capazes de causar destruição considerável.

 

Foto Destaque: Tanque de guerra ucraniano. Reprodução/CNN.

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