Depois de novas revelações de envolvimento criminoso e novas acusações, Daniel Siveira, ex-deputado federal (PTB-RJ) é novamente preso na manhã dessa Quinta-feira (02/02) no Rio de Janeiro. A prisão pela Policia Federal acontece logo após o fim do mandato de Silveira na Câmara.
A decisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que Silveira teria, além de danificar a tornozeleira eletrônica, fez insultos verbais desrespeitando o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Nem era para eu ter usado ela. Estou sem ela!” afirmou Silveira.
Silveira já tem um histórico exemplar de infrações e cercados de polêmicas envolvendo a Justiça e até abuso de poder. Confira abaixo um resumo dos casos que já marcaram a carreira do ex-parlamentar.
Antes mesmo do seu mandato, Daniel Silveira foi policial militar no Rio de Janeiro durante sete anos, e primeira aparição que lhe deu rosto e nome conhecidos foi quando Silveira participou da quebra da placa de rua feita em homenagem à Marielle Franco, vereadora assassinada no mês de março daquele ano. O crime aconteceu antes das eleições de 2018.
Rodrigo Amorim (esquerda) e Daniel Silveira (direita) ao quebrar a placa em homenagem à Marielle Franco (Reprodução / GZH)
Após Silveira ser eleito como deputado federal, ele fez parte da tropa de choque do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante todos os quatro anos de mandato. Nesse tempo, ele apareceu em noticiários, uma em destaque foi depois da sua invasão ao Colégio Pedro II, no Rio em 2019, onde Silveira saiu apenas depois da reitoria da escola chamar a Policia Federal. Na ocasião, o reitor da escolha acompanhou a visita e os parlamentares tiraram fotos de murais e salas de aula com tudo que consideravam haver conotação política “comunista”.
Silveira mais de uma vez fez ataques a ministros do Supremo, que levou o deputado a ser acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de práticas de agressões verbais e realizar graves ameaças contra integrantes do Supremo. Entre elas envolvia o incitar violência e proferir ameaças contra os Poderes Legislativo e Judiciário e seu exercício; e mais de uma vez criou animosidade entre o STF e Forças Armadas.
O deputado voltou novamente a ser condenado em 2021 depois de novas incitações a violência e ameaças feitas, novamente, contra ministros do STF. Silveira chegou a gravar um vídeo auto-incriminatório contendo ofensas feitas contra ministros da Corte.
Na época Silveira recebeu uma pena de oito anos e nove meses de prisão em uma decisão tomada por uma votação de dez votos a um. Um dia após o ocorrido, Jair Bolsonaro veio a conceder um indulto a Silveira, uma medida que incluía penas privativas de liberdade, penas restritivas de direito e multa.
“A graça de que trata este Decreto é incondicionada e será concedida independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória” – trecho do texto do ex-presidente publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Tempo depois após a condenação, Silveira compareceu na primeira sessão da Câmara onde passou sorridente pelos corredores da Casa, recebido calorosamente por muitos e tratado como uma estrela, parando para tirar fotos.
Foto Destaque: Ex-Deputado Daniel Silveira (Reprodução / O Globo)