Reportagem revela novos detalhes e nuances dos crimes de Cariani

Malu Corecha Por Malu Corecha
7 min de leitura

Menos de uma semana após a divulgação do caso Renato Cariani, o Fantástico, da TV Globo, divulgou neste domingo (17), mais detalhes sobre como funcionava o esquema de venda de materiais para fabricação de drogas.


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Pronunciamento de Cariani via redes sociais após operação (reprodução/instagram/@renato_cariani)


Novos detalhes

Segundo a investigação, o influencer e empresário, que possui mais de 7,5 milhões de seguidores em uma única rede social onde posta fotos e vídeos sobre os clientes que treina e de motivação, já havia sido citado no depoimento de um traficante de drogas em 2016.

O personal, que se identifica na mesma rede social como professor de química, aparentemente resolveu seguir o enredo de uma famosa série televisiva e utilizar seus conhecimentos de compostos químicos para lucrar com o mercado de produção de entorpecentes.

A indústria química Anidrol, da qual Cariani se tornou sócio em 2008, mascarava as negociações com grandes cartéis sob a produção de notas falsas com o nome de empresas relevantes da indústria farmacêutica, como a anglo-sueca AstraZeneca, responsável pela fabricação da vacina mais usada no Brasil para o combate da COVID-19. O que atraiu a atenção da Polícia Federal para esse esquema foram justamente duas notas emitidas em 2015 para a companhia, cujos representantes afirmaram nunca haver negociado com fornecedores brasileiros da matéria-prima descrita.

Segundo a investigação, a Anidrol comercializou diversos produtos usados na fabricação de cocaína e crack, como três diferentes solventes e substâncias em pó para produzir a cocaína, e fenacetina, composto químico que possui propriedades similares às do paracetamol mas que é usada na produção de crack.

Cariani, ao ser questionado, apresentou supostos e-mails trocados com um representante da AstraZeneca em relação aos produtos vendidos, mas a PF não encontrou o tal representante até hoje.


Fábio Spinola e Renato Cariani

Fábio Spinola (à direita) em suposto almoço de negócios com Renato Cariani (à esquerda) (foto: reprodução/redes Sociais/o globo)


Braço direito

A Polícia Federal descobriu que os pagamentos eram todos efetuados por um amigo próximo de Renato, e aparente braço direito dele no processo, Fábio Spinola. O celular de Spinola continha dados da criação de uma conta falsa, usada para os e-mails com o suposto representante da AstraZeneca, além de outras provas da criação do e-mail.

Spinola também foi alvo de uma operação de desarticulação de uma quadrilha que pagava mergulhadores para camuflarem drogas no casco de navios em maio, mas foi solto em novembro e estava utilizando tornozeleira eletrônica. Ele foi preso com R$100 mil em espécie em casa.

O depoimento de Renato Cariani para a Polícia Federal está marcado para essa segunda-feira (18).

Foto destaque: Renato Cariani em foto divulgada nas redes sociais (Reprodução/Instagram/@renato_cariani)

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