Rússia anuncia a destruição de um avançado sistema de defesa aérea Patriot, fabricado nos EUA, durante uma operação noturna em Kiev. Utilizando um míssil hipersônico Kinzhal, o país de Vladimir Putin visava alvejar unidades das Forças Armadas ucranianas, bem como depósitos de munição, armas e equipamentos militares provenientes de nações ocidentais.
Um lançador de mísseis Patriot, a arma da Ucrânia doada pelos Estados Unidos (Foto: Jung Yeon-je / AFP)
Segundo o comunicado divulgado, na madrugada de 16 de abril, o objetivo do ataque foi plenamente cumprido, resultando na neutralização de todos os alvos designados. Durante a operação, a cidade de Kiev foi alvo do míssil hipersônico Kinzhal, que atingiu com sucesso o sistema de defesa aérea Patriot, fabricado nos Estados Unidos.
Durante a madrugada, autoridades ucranianas relataram terem enfrentado uma intensa onda de ataques por volta das 3h (22h da segunda no Brasil), sendo o oitavo ataque de grande escala contra a cidade neste mês. As explosões iluminaram o céu e os estampidos foram audíveis em toda a capital, à medida que os artefatos eram interceptados. Os destroços resultaram em pelo menos três feridos e caíram também no zoológico da cidade. A situação foi descrita como uma série de ataques de proporções excepcionais.
Além do ataque aéreo, foi anunciado que Moscou realizou uma série de ataques por terra e mar no território ucraniano, denominados pelos russos como uma operação especial. De acordo com o comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa russo, aproximadamente 570 militares ucranianos foram mortos durante a ação. Além disso, foram destruídos outros 422 sistemas de mísseis de defesa aérea utilizados pelas forças ucranianas.
Em contrapartida, Kiev anunciou nesta terça-feira que interceptou com sucesso seis mísseis hipersônicos Kinzhal, considerados uma das armas de tecnologia mais avançada do Kremlin. Se confirmada, essa interceptação ressaltaria a capacidade da Ucrânia em enfrentar uma das armas convencionais russas mais sofisticadas, demonstrando uma resposta efetiva perante a ameaça.
A veracidade das informações divulgadas pela Rússia não pôde ser confirmada, mas fontes do governo americano informaram ao jornal The New York Times que, de fato, Kiev conseguiu abater os mísseis Kinzhal. No entanto, analistas independentes expressam hesitação em confirmar essa informação. Essa disputa narrativa ocorre em meio a um dos maiores ataques aéreos contra o território ucraniano desde o início de março. A situação enfatiza a complexidade da situação e a dificuldade em obter informações verificadas em meio a conflitos intensos.
A Ucrânia relata ter derrubado um total de 18 mísseis russos durante o ataque. Esses mísseis incluem os seis Kinzhal, nove mísseis de cruzeiro Kalibr lançados de navios no Mar Negro e três mísseis de curto alcance disparados a partir de terra. Além dos mísseis, o ataque também envolveu o uso de diversos drones, que se tornaram cada vez mais comuns na guerra. Houve relatos de duas mortes em Kharkiv e outras quatro em Donetsk, como resultado desses ataques. A situação evidencia a intensidade e os riscos envolvidos no conflito em curso.
“Na última noite, nossos defensores do espaço aéreo derrubaram seis mísseis hipersônicos russos Kinzhal e outros 12 mísseis”, afirmou Reznikov.
Misseis supersônicos Kinjal, algumas das armas convencionais mais modernas da Rússia (Foto: Arte O Globo)
Em 2018, o presidente russo, Vladimir Putin, apresentou pessoalmente o Kinzhal, cujo nome significa “punhal” ou “adaga” em português. Ele descreveu a arma como sendo ideal devido à sua dificuldade de interceptação e alta capacidade de manobra.
O míssil Kinzhal é capaz de atingir velocidades hipersônicas, superando cinco vezes a velocidade do som, e possui um alcance de mais de 1.500 km. Essa característica o torna uma arma altamente avançada e letal, que pode ser lançada a partir de diferentes plataformas, incluindo aeronaves e navios. Sua velocidade e alcance aumentam significativamente a capacidade de impacto e a eficácia em atingir alvos estratégicos com precisão.
Foto Destaque: Explosão em Kiev na madrugada de 16 de maio de 2023. Reprodução/AFP.