O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez um discurso nesta sexta-feira (3), no qual reduziu a possibilidade de um conflito entre o grupo libanês e Israel. Em sua fala, ele frisou que suas decisões serão tomadas levando em conta a postura do exército israelense, frisando que haverá uma reação proporcional para cada ação do outro lado.
Ataque a Israel partiu apenas do Hamas
O posicionamento de Hassan mostrou certo distanciamento do embate, visto que ele frisou em mais de um momento que a ação de atacar Israel foi tomada unicamente pelo Hamas, e que Hezbollah e Irã não estavam cientes do posicionamento do grupo palestino.
Líder do Hezbollah frisa que os ataques a Israel partiram unicamente do Hamas (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Outro ponto que chamou a atenção no discurso de Hassan foi o de que não há perspectivas de que a milícia libanesa lance mísseis com direção a Israel. O eixo pró-Irã já fornece ajuda ao Hamas, e essa ajuda está resumida aos drones vindos do Iêmen, à ajuda de milícias do Iraque e também de confrontos no Sul do Líbano, estes que seguem as éticas de guerra.
Entenda por que o Hezbollah decidiu não entrar na guerra
O grupo é a milícia mais poderosa da região, e já derrotou Israel no passado, quando forçou a saída de israelenses no Sul do país no ano de 2000. Eles também venceram embates contra Al Qaeda, Estado Islâmico e outros grupos na Síria. No entanto, existem algumas razões para que Hassan tenha optado por não entrar diretamente no conflito entre Israel e Hamas.
Quando se trata do histórico do Hezbollah, eles nunca entraram em uma guerra para defender os palestinos, e a interferência no conflito poderia levar a represálias vindas dos Estados Unidos.
Além disso, o Líbano não é um país que tem uma maioria de habitantes de uma única religião e, com isso, o Hezbollah não tem apoio de uma parte considerável dos cidadãos. E não só isso: o país passa por uma crise econômica e política, e uma guerra agora poderia aumentar ainda mais essa instabilidade.
Foto destaque: Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, durante discurso (Reprodução: Hussein Malla/Associated Press)
