No subsolo da catedral de Notre-Dame em Paris, em construção um sarcófago de chumbo do século XIV foi encontrado. Assim, os vestígios foram encontrados no ponto onde o corredor central da nave encontra com a estrutura lateral (transepto) da catedral. Ainda não se sabe quem teria sepultado ali.
Em 15 de abril de 2009, a catedral de Notre-Dame sofreu um incêndio que derrubou toda a estrutura do telhado. E como parte das obras de reconstrução, um andaime enorme com cerca de 100 metros de altura será instalado nesse cruzamento para reconstruir a torre.
Ministra da Cultura da França Roselyne Bachelot dá entrevista perto de sarcófago de chumbo encontrado na Notre-Dame de Paris — Reprodução: Julien de Rosa/AFP
Ainda por perto, os arqueólogos também encontraram os restos de um antigo jubé, ou coro alto e tentam desenterrar o achado. Importante dizer que, o jubé era um coro de pedra, adornado com figuras esculpidas, que durante séculos separou o coro do resto da igreja, sendo o da Notre-Dame construído por volta de 1230 e destruído no início do século XVIII.
Nessa terceira-feira (15), perto da superfície, um arqueólogo limpava delicadamente as mãos esculpidas e estendidas, como se estivesse implorando. E em cestos de plástico, retirados do solo, encontravam-se o busto de um homem barbudo e vegetais esculpidos, com vestígios da tinta com que foram criados.
De acordo com Dominique García, presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas: “A descoberta deste sarcófago nos permitirá entender melhor as práticas e ritos funerários da Idade Média”.
Ademais, na catedral de Notre-Dame vários outros restos humanos já foram encontrados desde a sua construção, principalmente, de responsáveis pelo templo ou personalidades religiosas.
Segundo o arquólogo responsável pela escavação Christophe Besnier, “Você pode vislumbrar pedaços de tecido, cabelo e uma almofada de folhas em cima da cabeça, um fenômeno bem conhecido, quando os hierarcas religiosos eram enterrados”, explica o arqueólogo. Ainda acrescenta: “O fato de estes elementos vegetais ainda se encontrarem no interior mostra a priori um estado de conservação muito bom do corpo”.
“É uma grande emoção, esta catedral representa toda a história de Paris, e encontrar-se diante desses vestígios é extremamente impressionante”, afirmou a ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, ao pé do sarcófago.
Dessa forma, podemos perceber o quanto esses vestígios contam o que aconteceu com nossos antepassados, sendo impotante tratá-los com a mesma importância de se estivessem vivos. Ainda, há muito para aprender com esses vestígios, precisamos saber escutar e observar.