Segundo encarregado de negócios ucraniano, o Brasil tem voluntários para a guerra na Ucrânia

Mateus da Assunção Por Mateus da Assunção
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Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, alega que mais de cem cartas de brasileiros interessados em cooperar com as forças armadas ucranianas foram enviadas ao país nos últimos dias. Sem informar precisamente o número das requisições, o representante disse não ter sido possível atender às demandas.

Muitos brasileiros têm se esforçado na internet para formar comunidades de apoio ao país de Zelensky, mas alguns dos envolvidos estão interessados em muito mais do que contribuição humanística. Eles querem integrar a liga estrangeira do exército ucraniano que combate a invasão liderada por Vladmir Putin.

Tkach afirmou que, embora muitos tenham interesse em participar da organização, é necessário que os voluntários tenham experiência em conflitos e conheçam ao menos a língua inglesa.  Ainda deixou claro que há uma maioridade mínima a ser respeitada, pois com “18 anos a pessoa ainda não tem experiência”.


Anatoliy Tkach em entrevista coletiva para a imprensa brasileira (Foto: Reprodução/EXTRA).


Posteriormente, o ucraniano foi questionado sobre a mensagem veiculada pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em um grupo de WhatsApp com um texto que atribuía à Rússia, China e Liga Árabe o mérito de “enfrentar a NOM (Nova Ordem Mundial)”. A resposta segue abaixo: “O principal é como que o Brasil demonstra a sua posição na arena mundial. E a posição agora são três votos, dois no Conselho de Segurança [da ONU] e uma na Assembleia Geral, a favor das resoluções que condenam a agressão”.

A diplomacia brasileira, até o momento, tem tomado passos muito tímidos diante da situação, à revelia da comunidade internacional, que tem insistido vorazmente em condenar a Rússia e embargar seu desenvolvimento econômico. Ronaldo Costa Filho, embaixador do Brasil nas Nações Unidas, disse que apesar de ter apoiado a resolução contra a Rússia na Assembleia Geral da ONU, não acredita que sanções indiscriminadas não resolveram o conflito.

Sobre os ucranianos que possam embarcar para o Brasil, o encarregado de negócios, que está no país por ausência de um embaixador oficial no país, confirmou que ainda precisa conversar com o presidente Bolsonaro, que prometeu visto humanitário para eventuais refugiados. Segundo Tkach, são poucos os ucranianos que querem vir ao Brasil.

 

Foto Destaque: Reprodução/Daniel Leal / AFP / Getty Images via CNBC

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