Mais da metade dos brasileiros (53%) acredita que o desemprego e a inflação são os principais problemas do país neste momento. Dos pesquisados, 10% citaram a corrupção, 9% citaram a falta de educação e outros 9% citaram a falta de saúde, mencionando também a fome e a miséria.
Dados da pesquisa EXAME/IDEIA divulgados na última quinta-feira (23) ouviu cerca de 1.500 pessoas entre 17 e 22 de junho. As entrevistas foram realizadas por telefone, com ligações simultâneas para telefones fixos e celulares residenciais. A investigação foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-02845-2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e IDEIA, instituto dedicado ao estudo da opinião pública.
Esse sentimento da população tem parâmetros em termos de quantidades econômicas. Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (24) mostraram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, que leva em conta a inflação do mês anterior, foi de 0,69%.
O aumento acumulado em 12 meses foi de 12,04%. Um dos maiores ganhos foi o diesel, que subiu 2,83% no IPCA-15 de junho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada no final de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso se compara a uma taxa de desemprego de 14,8% no mesmo período de 2021.
Para o cientista político André César, da Hold Assessoria, o aumento geral de preços vai ser o grande debate da eleição deste ano. “O elemento que era debatido em 2018 era a corrupção. Neste ano, a economia volta a ser um tema central, que é algo que sempre foi utilizado em outras campanhas. A diferença é que vivemos uma situação mais dramática, que é pior para o presidente Bolsonaro, que tenta a reeleição”, afirma.
Em outra questão feita por EXAME/IDEIA, os brasileiros avaliam que a prioridade do próximo presidente do país deveria ser criar empregos, investir na educação, melhorar a saúde pública e combater a corrupção.
Avaliação do governo estável
Os indicadores econômicos refletem diretamente a avaliação do público sobre o governo federal. A avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro está em patamares considerados estáveis desde março, mas um dos piores números da série histórica. O idealizador da ideia, Maurício Moura, explicou que focar nesse número é importante porque está diretamente relacionado à forma como os eleitores votam. Ele também destacou a importância das taxas de rejeição nas eleições.
Em uma pergunta feita sobre qual nome o eleitor não votaria de jeito nenhum, Bolsonaro tem 44% das menções, e Lula é citado por 42%. “Nesse momento, a rejeição ao governo maior proporciona a liderança do Lula, mas quem chegar com uma rejeição menor em outubro será o vencedor”, diz Moura.
Foto destaque: A cenoura foi o produto que mais subiu de preço nos últimos 12 meses (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)