Durante o RJ1 desta terça-feira (21), uma moradora da zona norte do Rio de Janeiro começou a chorar ao vivo enquanto dava entrevista, relatando sobre as dificuldades que está enfrentando para alimentar sua família, que passa fome.
A entrevistada era Janete Evaristo, de 57 anos, uma das centenas de pessoas presentes na fila do Prato Feito Carioca do Andaraí – projeto da prefeitura carioca, que realiza a distribuição de refeições para quem não tem com o que se alimentar. Moradora do Morro do Macaco, Janete diz sobre o quão está difícil levar alimento para a sua casa e se emociona.
Moradora de comunidade, desempregada e com netos para alimentar, Janete conta que cria os netos após o falecimento da filha há 2 anos. A situação ficou ainda mais precária com a morte do seu marido, que ocorreu há 6 meses.
A história desta carioca é o que estampa a realidade do Brasil há bastante tempo. A fome sempre foi um problema social muito exposto ao mundo e em diversas regiões. Pessoas como a dona Janete ficam com a situação ainda mais complicada, pois a fome se junta com a falta de emprego que ocorre no país.
De acordo com o Mapa da Fome, só no Rio de Janeiro 1,2 milhão de pessoas não conseguem colocar alimento suficiente na mesa dos seus lares. Isso equivale a 6,8% de toda a população brasileira.
De acordo com pesquisas realizadas neste ano, 1 de cada 3 brasileiros dizem que já passaram por situações constrangedoras e vergonhosas para conseguir um alimento. Pessoas que vivem na região Nordeste possuem um percentual de 21% em relação a média de brasileiros que passam fome em todo o país. Residências ocupadas por pessoas pretas e pardas, 18%. Os moradores de rua também são pessoas totalmente vulneráveis à fome.
Marmitas sendo entregues para moradores de rua (Foto: Reprodução/folhadocerrado)
Esse é um problema social que precisa de mais notoriedade e ações políticas a serem tomadas. Realidades como a de Janete estão cada vez mais presentes e estampadas. São emoções como a dela, que nos mostram o quanto a fome machuca e desestabiliza à qualquer um. Mais medidas relevantes devem ser tomadas o mais rápido possível, para que esses casos sejam revertidos.
Foto destaque: Dona Janete. Reprodução/G1