Servidores do Banco Central anunciaram nesta segunda-feira (17) que pretendem intensificar a operação-padrão em busca da reestruturação de carreira. A decisão vem após o governo federal levantar a possibilidade de realizar concursos públicos, sem antes discutir as demandas dos servidores.
As demandas
Entre as reivindicações dos servidores, está a mudança do nome do cargo de analista para “auditor”, a implementação de nível superior para o cargo de técnico, a criação de uma retribuição por desempenho institucional e novas prerrogativas e atribuições para cargos do Banco Central.
Intensificação das operações
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL) pretende intensificar os protestos, o que causa atrasos e interrupções em outros serviços de departamentos que ainda não se juntaram à causa.
O presidente do sindicatos dos servidores, Fábio Faiad, afirmou que “os ânimos da categoria, antes inconformados com a indisposição do governo em avançar na reestruturação da carreira, posição publicamente manifesta pela ministra, estão agora inflamados com a possibilidade de realização de um concurso público sem que as pautas colocadas pela categoria sejam solucionadas”. Essa afirmação surgiu após a reunião da ministra da Gestão, Esther Dweck, com entidades representativas da instituição monetária.
Servidores do Banco Central ameaçam intensificar protestos por reestruturação de carreira (Foto: Reprodução/Folha)
Objetivo da reestruturação
De acordo com Faiad, a reestruturação de carreira serviria como atração para candidatos com maior nível de escolaridade, visando uma carreira melhor estruturada, o que auxiliaria a autarquia a manter um quadro de funcionários mais qualificados. Um concurso nas atuais condições seria atrativo somente para candidatos com formação do segundo grau com objetivos de usar o Banco Central como trampolim para outras carreiras com maior remuneração.
O objetivo dos servidores, agora, é levar as reivindicações para o Ministério da Fazenda, em uma tentativa de sensibilizar a pasta para que acate às demandas e propor uma medida provisória ou projeto de lei que preveja a criação de uma retribuição por produtividade.
No mês de março, os trabalhadores do Banco Central aceitaram uma proposta de reajuste salarial de 9% para todos os servidores federais civis, que também inclui aposentados e pensionistas. Agora, a pretensão é usar um projeto que já vinha sendo negociado desde o governo Bolsonaro como base para a publicação de uma medida provisória para a reposição salarial dos próximos anos.
Foto destaque: Servidores do Banco Central ameaçam intensificar protestos em resposta à um possível concurso público. Reprodução/InfoMoney