Sete países do G20 marcam inflação menor que a do Brasil

Raphael Klopper Por Raphael Klopper
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Atualmente, o Brasil ocupa o 15º lugar dentro do ranking da Austin Rating que calcula as maiores inflações do G20, junto a Zona do Euro e Espanha. Após a Austrália divulgar seu índice nessa quarta-feira (26), garantiu ao Brasil uma subida no ranking.

Situação da inflação Australiana já havia mais do que o esperado nas estimativas do trimestre de setembro, atingindo seu maior nível em 32 anos. Em  apenas 12 meses havia fechado em 7,8%. Em relação ao trimestre anterior, o Índice de Preços ao Consumidor subiu 1,8% nos três meses até o dia 30 de setembro, segundo dados divulgados ABS (Australian Bureau of Statistics) também divulgado nesta quarta-feira (26).

Contabilizando, atualmente sete países tem inflação menor que Brasil: Canadá, Indonésia, França, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Japão e China. Sendo a Austrália foi o último país a divulgar a inflação referente a setembro na lista das nações do G20. O país passa então a ocupar o 14º lugar, antes posição ocupada pelo Brasil. Já a Turquia lidera a lista com uma inflação a 83,5% marcada em 12 meses. Em segundo vem Argentina com 83% no mesmo período e, em terceiro lugar, Rússia – atualmente em guerra – com 13,7%.


(Foto: Reprodução CNN / Fonte: Austin Rating • *A Espanha é membro convidado permanente do G20)


De acordo com Alex Agostini, economista-chefe na Austin Rating, o cenário da Austrália tera uma reformulação a partir do próximo mês, prometida pelo o Australian Bureau of Statistics  que irá mudar o formato de divulgação do IPC, anteriormente trimestralmente, e agora será mensalmente.

“O aumento dos custos de aluguel e combustível foram os maiores contribuintes para a leitura acima do esperado, já que a Austrália luta com taxas de juros elevadas e aumento dos custos de commodities. Os custos com alimentos também tiveram crescimento no trimestre devido a problemas na cadeia de suprimentos e condições climáticas” – diz Agostini.

Ainda segundo nota do Banco Central da Austrália, a instituição está tentando se ater a um equilíbrio entre conter a inflação e dar garantia que as altas taxas de juros não afetem a economia. Para isso, o órgão aumentou as taxas sete vezes este ano a partir de níveis bem baixos e sinalizou ainda uma abordagem baseada em dados para futuros aumentos de taxas.

Na visão do economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal de Barros, o resultado  da G20 mostra que a inflação é um processo disseminado entre vários países. “O Brasil, mesmo tendo uma atuação econômica relativamente menor do que as outras nações, como a União Européia, Rússia, Alemanha e Zona do Euro como um todo, mostra que a difusão da inflação é alta entre eles, ou seja, o processo inflacionário é global”.

Barros explica ainda que esses índices são muitas vezes influenciados pelas commodities, desde agrícolas, metálicas e energéticas. “O choque destas commodities é o que está contaminando as finanças dos países”, explica.

Porém, o economista faz uma ressalva referente à taxa de juros do Brasil. “Como o Banco Central brasileiro começou a subir os juros mais cedo e mais rápido, estão colhendo os frutos antes dos outros países. Se compararmos com a Zona do Euro, o banco central de lá demorou muito para subir os juros e agora sofrem com a inflação alta”.

Atribuindo assim o mesmo cenário aos Estados Unidos, pontuando como o FED demorou para iniciar um ciclo de alta nos juros; portanto irá demorar para ter os benefícios do aperto monetário em dia.

 

Foto Destaque: Cenário Econômico – Imagem Ilustrativa (Foto: Reprodução / Folha de Pernambuco)

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