O general Abdel Fattah al-Burhan, governante militar do Sudão, fez uma declaração nesta quinta-feira (20/04) envolvendo o conflito que o país vem passando com os paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF), afirmando que o confronto direto é o único caminho possível, com Burhan dizendo que não consegue “ver um parceiro para negociações”.
“Não há outra opção senão a solução militar”, disse o general em sua declaração ao na rede de televisão Al Jazeera durante uma entrevista por telefone. Na mesma entrevista Burhan também acusou membros da RSF de “fechar estradas e impedir a livre circulação de pessoas”, e concluiu:
“Uma trégua real não pode ser implementada nessas condições”.
O exército do Sudão e as forças da RSF vem estado em confronto desde o último sábado (15/04), com o conflito já levando 331 perdas e por volta de 3 mil feridos. Os combates tinham cessado depois de um cessar-fogo firmado na quarta-feira (19/04), e previamente viabilizado pelos Estados Unidos na terça-feira (18/04), participando das negociações.
Ataque Ao Aeroporto De Cartum (Foto: Reprodução / NewsAvia)
Porém, os combates foram retomados nesta quinta depois que os termos do cessar fogo serem violados depois que o centro da cidade de Cartum começou a sofrer contínuos bombardeios, e toda a área ao redor do aeroporto e do complexo do Ministério da Defesa ser atacado por explosões.
Ambas as forças emitiram novas declarações acusatórias de irem contra a trégua estabelecida, mas o confronto entre o exército Sudanês e a RSF chegou a uma nova trégua horas depois dos ataques, aderindo a um novo cessar-fogo estabelecido pelas forças do Sudão. Porém temporário, com a pausa nas hostilidades tendo previsão de duração apenas até às 18h (13 horas em Brasília).
Os ataques já levaram o governo do Japão providenciar a retirada seus cidadãos do país. Uma autoridade Americana sob anonimato disse à CNN que os Estados Unidos se preparam para enviar tropas adicionais para a base militar em Djibuti para uma eventual evacuação do Sudão.
Enquanto isso, outros países como a França não cogitam a opção de retirar seus cidadãos no país pois, segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Paris, afirma que o foco no momento está em alcançar um cessar-fogo definitivo.
Foto Destaque: General Abdel Fattah al-Burhan (Reprodução / CNN)
