Aviões e navios militares chineses cruzaram a linha marítima do estreito que separa a ilha de Taiwan da China continental, segundo o governo taiwanês. Essa denunciou foi feita nesta sexta-feira (5).
De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, já nas primeiras horas da manhã “vários grupos de aeronaves e navios de combate realizaram exercícios ao redor do Estreito de Taiwan e cruzaram a linha média do estreito. Este exercício militar chinês, seja lançando mísseis balísticos ou cruzando a linha média do estreito, é um ato altamente provocativo.”
A mídia estatal de Pequim declarou que, na véspera, mísseis balísticos chineses sobrevoaram Taiwan sendo uma parte de grandes exercícios militares como resposta à visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taipé, capital da ilha.
Na visita feita nessa terça-feira, Pelosi garantiu que os Estados Unidos “não abandonarão” a ilha. Os nacionalistas de Taiwan fugiram ao serem derrotados na guerra civil chinesa, em 1949.
Nancy Pelosi em visita feita a Taipé nesta terça-feira. Foto: (Reprodução/Veja)
Exercícios militares ao redor da ilha vão até sábado, em uma escala jamais vista, anunciou o Exército de Libertação do Povo, as Forças Armadas chinesas. Para Pequim, a visita foi considerada como uma violação à sua soberania.
O Escritório Marítimo e Portuário de Taiwan emitiu alertas para navios que circulam na área, companhias aéreas desviaram a rota dos seus voos para evitar o espaço aéreo da ilha.
As rotas marítimas que estão sendo feitas esses exercícios é considerada uma das mais movimentadas do planeta, nela é transportada equipamentos eletrônicos vitais de fábricas no Sudeste Asiatico para os mercados mundiais.
O fechamento dessas rotas marítimas, mesmo que temporariamente, terá consequências não apenas para Taiwan, mas também para os fluxos comerciais ligados ao Japão e à Coreia do Sul.
Uma invasão a Taiwan não é uma possibilidade, mas as ameaças à ilha aumentaram desde a eleição de 2016, onde a atual presidente, Tsai Ing-wen, venceu. Ela pertence a um partido pró-independência, e se recusa a fazer parte de “uma China só.”
Foto destaque. Um homem nas ruas de Pequim acompanha notícias em um telão sobre os exercícios militares próximos a Taiwan. Foto: Thomas Peter/Reuters