O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara, nesta terça (28). Na oportunidade, o ministro fez uma série de esclarecimentos a parlamentares presentes. Durante a audiência, Flávio Dino se defendeu de acusações de deputados opositores ao governo, sobre visita à Maré.
Para o ministro da Justiça é “esdrúxulo” criminalizar não só sua visita, como também os moradores daquela região. E disse que “não é favor, é dever” ir ao local. O ministro disse ainda que “é um preconceito” contra as pessoas que moram no local.
(Ministro da Justiça, Flávio Dino, durante audiência na CCJ. (Reprodução/Instagram)
Ao longo da audiência, houve bate-boca entre os deputados, que se acirrou, principalmente quando o ministro Flávio Dino ironizou a respeito das acusações sofridas de aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Afirmou que aceitará “todos os convites similares”, que surgirem. Também disse que “é esdrúxulo imaginar que me encontrei com o Comando Vermelho“.
O episódio do 8 de janeiro também foi assunto na audiência. O ministro citou os ataques em Brasília, que foram articulados por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais. Fez críticas em relação à inação de forças de segurança no que diz respeito ao acampamento de golpistas em frente ao Quartel-General do Exército. “Eventos como o 8 de janeiro não devem se repetir… Estamos falando de vidas humanas, de vidas destruídas”, enfatizou.
Ainda sobre sua visita ao Complexo da Maré, Dino, em meio às calorosas discussões, afirmou que “criminalizar os mais pobres é estimular a violência contra eles, a violência, a morte, o tiroteio. Não me parece adequado a agentes públicos“. Flávio e Eduardo Bolsonaro insinuaram que Flávio Dino foi sem escolta pesada por ter relação com o crime organizado. Sobre isso, o ministro já havia dito em entrevista recente ao UOL News, que processaria Eduardo Bolsonaro por prática de racismo e quebra de decoro. Ele acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada, contra sete parlamentares.
“Em campanha eleitoral, todo mundo lembra de ir nas favelas e periferias e ninguém pergunta se ali há crime organizado ou não. Mas agora se verifica a tentativa vil não só de criminalizar o ministro da Justiça, mas aquela população“, disse, Dino.
Em relação à quebra de decoro de Eduardo Bolsonaro, o ministro afirmou que “imunidade parlamentar não se sujeita a abuso. Nem é escudo para cometimento de crime nem é camisa de força para maluquice“.
Flávio Dino negou ter recebido relatório da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre possíveis ataques aos prédios públicos em 8 de janeiro. E exaltou as Forças Armadas. Porém ressaltou que “uma ínfima parte precisa ser investigada por ação ou omissão no 8 de janeiro“.
Foto Destaque: Ministro da Justiça, Flávio Dino. (Reprodução/Instagram)