O terremoto que atingiu a Turquia e a Síria, nesta segunda-feira (6), deixou brasileiros desabrigados no território turco, segundo o conselheiro da Embaixada do Brasil na Turquia, Marcelo Viegas. Não há informações sobre brasileiros feridos ou mortos pelo abalo.
“Dos brasileiros sob nossa jurisdição, a grande maioria vive em Ancara e seu entorno, que não foi diretamente atingida pelo sismo. Temos noticias de famílias com brasileiros na região atingida que estão desabrigadas, mas felizmente não há registro de brasileiros mortos ou feridos”, explicou, o conselheiro, que afirmou que a Embaixada já pediu ao Itamaraty para disponibilizar auxílio aos brasileiros afetados.
Equipes buscando por sobreviventes em Diyarbakir, na Turquia. (Foto: Reprodução/Ilyas Akengin/AFP)
Aproximadamente 350 pessoas do Brasil estão registradas em Ancara, capital turca, onde Marcelo Viegas compõe o setor consular. Existe um número maior vinculado ao Consulado-Geral em Istambul, que cobre Izmir também, dois dos maiores centros urbanos do país. “Lá, no entanto, a possibilidade de que haja vítimas diretas do terremoto é menor, dada a maior distância [do epicentro do tremor]”, disse, Viegas.
“Sei de grupos de bombeiros voluntários, por exemplo, que já entraram em contato com a Agência para se colocar à disposição para virem prestar assistência por aqui [Turquia], mas este é um pacote que ainda está sendo estudado e elaborado dentro das capacidades e possibilidades do Estado brasileiro neste momento”, contou, o conselheiro.
A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil está em reunião debatendo uma forma do governo poder ajudar a Turquia após os terremotos. Essas informações, de acordo com Viegas, já foram transmitidas ao governo turco.
O terremoto:
Até atualizações mais recentes, mais de 5 mil pessoas morreram no terremoto que ocorreu na fronteira da Turquia com a Síria, na madrugada, às 4h17, desta segunda-feira. O tremor, que durou 1 minuto e meio, tinha magnitude 7,8, sendo o mais forte já registrado no país turco desde 1939. Horas depois, a região sofreu outro tremor, com magnitude 7,5.
O alto número de vítimas é explicado pelos antecedentes, as medidas de segurança pouco exigentes para as construções, a hora e o local, atingindo uma região densamente povoada. O investigador do Serviço Geológico britânico, Roger Musson, esclareceu à AFP que os métodos de construção “não eram realmente adequados para uma área propensa a grandes terremotos”, deixando a maioria das vítimas “bloqueadas quando suas casas desabaram”.
A Turquia é uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Musson disse que, pela região chamada falha da Anatólia Oriental não ter sofrido um terremoto com magnitude maior a 7 há mais de 200 anos, talvez foi por isso que os habitantes da área terem sido “negligentes”.
Foto destaque: Prédios destruídos por terremoto em Kahramanmaras, na Turquia. Reprodução/Ihlas News Agency (IHA)/Reuters.