Toda hora ao menos uma mulher sofre violência no Rio, segundo pesquisa

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
3 min de leitura

Neste domingo (5), foi divulgado o levantamento Mapa da Mulher Carioca 2023, relatando dados de 2022 que apontam que uma mulher sofreu violência a cada uma hora no Rio de Janeiro, segundo a prefeitura fluminense. Isso equivale a 24 casos em um só dia, ou 8.760 casos ao longo do ano.

No entanto, conforme informações do Sistema de Informação de Saúde metropolitano, a situação pode ser ainda pior, com um total de 15.267 notificações de violência na região central do Rio de Janeiro. O dossiê busca levantar e comparar tais dados como forma de averiguar indicadores sobre a desigualdade de gênero, raça e outros diferenciais sociais.

Em algumas estimativas, como o do Dossiê da Mulher, feito pelo Instituto de Segurança Pública do Rio, o número pode ser até mais elevado, chegando até em 14 vítimas de violência por hora no estado. 


Inéditos lançados no Relatório da Mulher Carioca de 2022.

Relatório da Mulher Carioca de 2022. (Foto:Reprodução/Prefeitura do Rio de Janeiro/MeiaHora)


Dados demográficos

Segundo os dados divulgados, também existem pareceres demográficos para serem levados em conta na análise:

  • A faixa etária mais atingida é a de mulheres entre 20 e 59 anos;
  • A maioria das vítimas são mulheres negras (63,4%);
  • A maioria dos casos são os de violência física (90,2%), seguidos pelos de violência psicológica (31,9%) e sexual (11,4%), com sobreposição comum dos diferentes tipos;
  • A maioria dos agressores são parceiros ou conhecidos (54,3%), principalmente maridos, ex-maridos, namorados ou ex-namorados (52,9%).

Até o momento estão disponibilizadas no site as edições de 2021, 2022, e 2023.

Até o momento, estão disponibilizadas no site as edições de 2021, 2022 e 2023. (Foto:Reprodução/mapa-da-mulher-carioca-pcrj.hub.arcgis.com/)


O espaço doméstico

Ao todo, compõe-se um argumento sobre a hostilidade geral do ambiente doméstico para as mulheres, que no estudo é contabilizado não apenas a partir dos casos de violência, mas também a desigualdade de gênero nas tarefas domésticas.

Este foi apresentado para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023, dando destaque ao trabalho “invisível” e não-remunerado. Ainda de acordo com a pesquisa feita pelo Mapa da Mulher Carioca de 2023, as mulheres do Rio gastam em média 7 horas semanais a mais nas tarefas domésticas (19,5 horas) do que os homens (12,4 horas).

Trata-se de uma diferença de 36,4%, significativa, e que as atuais leis contra a violência à mulher, como a Lei Maria da Penha, ainda não conseguem combater à desigualdade de gênero.

Foto Destaque: Reprodução/Mapa da Mulher Carioca/Prefeitura do Rio de Janeiro

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