Trégua entre Israel e Hamas permite a primeira libertação de reféns

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Nesta sexta-feira (24), ocorreu a libertação do primeiro grupo de 50 reféns no acordo de trégua entre Israel e Hamas, firmado dois dias antes na quarta-feira (22) do horário local.

De acordo com a imprensa israelense, os reféns liberados pelo grupo terrorista já foram encaminhados para a Cruz Vermelha, após atravessar fronteira entre Gaza e o Egito pela cidade de Rafah, onde foram socorridos por helicópteros do Exército Israelense. Na sua parte do acordo, Israel deve liberar prisoneiros palestinos e manter uma trégua de quatro dias sobre o conflito.

Tal operação vem sido negociada de forma sigilosa há mais de um mês, intermediada pelo Catar e pelos Estados Unidos. Nos próximos dias, Hamas deve liberar ao menos mais um grupo de 50 reféns e Israel deve reciprocar com a libertação de 39 prisoneiros palestinos.


Placa homenageia os 240 capturados por Hamas.

Placa homenageia os 240 capturados por Hamas. (Foto:reprodução/AP-Oded Balilty)


Depoimentos da trégua

Todos nós esperamos que essa trégua leve a uma chance de iniciar um trabalho mais amplo para alcançar uma trégua permanente,” afirmou o porta-voz do ministério catari, Majed Al-Ansari, na capital do Catar.

Atualmente, o cumprimento da trégua está sendo avaliado pelo Catar, Egito, e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Segundo o chefe do serviço de informações do Estado egípcio, Diaa Rashwan, listas dos reféns e prisoneiros a serem liberados já foram encaminhadas para facilitar a mediação.

Porém, os familiares dos reféns libertados nesta sexta ainda não sabem da condição de seus parentes. “Precisamos saber se eles estão vivos, se estão bem. É o mínimo,” afirmou Gilad Korngold, buscando informações sobre sete familiares, entre os quais está a neta de 3 anos de idade.

Os reféns e prisoneiros libertados nesta trégua não compõem todos os sequestrados, muitos dos quais provavelmente vão permanecer cativos ao fim da trégua, que tanto Israel quanto Hamas já afirmaram ser temporária, apesar da pressão internacional pelo contrário.


Palestinos durante a pausa da guerra.

Palestinos durante a pausa da guerra. (Foto:reprodução/BBC/Reuters)


Conflito acelerado

Desde o dia 7 de outubro, quando o atual conflito explodiu, o grupo terrorista Hamas chegou a matar 1.200 pessoas e sequestrar cerca de 240. Já o governo israelense contabilizou aproximadamente 13 mil mortes em seus bombardeios à região de Gaza, o que segundo autoridades de saúde palestinas inclui crianças. 

Israel passou a admitir crédito por trás de alguns dos bombardeios de edifícios residenciais e hospitais, mas se justificou afirmando que os combatentes terroristas utilizam os prédios civis como cobertura, o que foi negado pelo Hamas. No total, algumas estimativas chegam à quase 16 mil mortos, quando somados dados da Faixa de Gaza e Cisjordânia.

Esta é a primeira tentativa de diplomacia extensa entre Israel e Hamas, mas foi abertamente estabelecida como temporária, significando que o conflito ainda deve continuar.

Foto Destaque: Israelenses se manifestam em Tel Aviv (Reprodução/Janis Laizans/Reuters)

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