O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que lidera as pesquisas de voto para representar os republicanos após primeiras prévias no estado de Iowa, foi hoje ao tribunal para depor em um novo processo onde é acusado de abusar sexualmente e difamar publicamente a escritora e jornalista Elizabeth Jean Carroll, de 80 anos. E. Jean Carroll pede mais de dez milhões de dólares em multas indenizatórias compensatórias e punitivas.
Entenda o caso
Jean Carroll alega ter sido abusada sexualmente pelo ex-presidente Donald Trump. Segundo a escritora, o crime aconteceu em meados dos anos 90 em uma loja de departamento norte-americana. Trump, por sua vez, nega as acusações da jornalista mesmo ficando em silêncio durante seu comparecimento aos tribunais em maio de 2023. O empresário ainda afirma que a autora de “what do we need men for? a modest proposal”, mentiu e usou da situação para divulgar seus autorais.
Jornalista acusa Donald Trump de abuso sexual e pede indenização milionária (Foto: reprodução/Stephanie Keith/Getty Images)
Em maio do ano passado o ex-presidente dos Estados Unidos foi considerado culpado e foi decretado o pagamento de cinco milhões de dólares (equivalente a 25 milhões de reais) como indenização, desse valor três milhões (cerca de 15 milhões de reais) por difamação e dois milhões (aproximadamente dez milhões de reais) pelo abuso sexual. Entretanto, o tribunal não reconheceu uma tentativa de estrupo e sim, apenas, abuso sexual.
Manifestantes pedem a prisão de Donald Trump (Foto: reprodução/G1/Eduardo Alvarez)
Trump se manterá fora das grades mesmo com o decreto de culpa, uma vez que o processo civil busca a reparação à vítima, diferente dos criminais, que podem resultar em prisões, pela prescrição do crime, Trump não pode responder criminalmente. A reparação da vítima só foi possível graças a uma legislação recente de Nova York, que suspendeu temporariamente a prescrição de crimes sexuais, garantindo à vítima apenas o direito de cobrar reparação, independente da cronologia do crime.
O atual retorno aos tribunais
Mesmo com o decreto do pagamento de cinco milhões de dólares, o júri deixou em aberto se Donald Trump seria novamente levado a indenizar Carroll por comentários feitos na época que ainda presidia os Estados Unidos, uma vez que o então presidente nunca deixou de alegar que a jornalista estava mentindo com intuito de promover seu livro de memórias.
O empresário chegou ao tribunal no término da manhã. Se reservou a não dar entrevistas à imprensa, afirmou que desta vez não iria se manter em silêncio, como fez no último julgamento em alegação de aconselhamento de seus advogados. A jornalista Elizabeth Jean Carroll, que também já marcou sua presença no tribunal, testemunhará em razão dos danos a sua imagem e carreira após as declarações de Trump.
Foto destaque: Donald Trump (Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)