O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em entrevista para a CNN, contou, nesta terça-feira (10), que não existe prazo para encerrar a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) antes do pleito de outubro.
O tribunal informou que essa comissão surgiu visando discutir medidas sobre a transparência e segurança das eleições, resguardando assim a integridade da apuração.
As sugestões feitas pelos militares para aprimorar o processo eleitoral gerou uma grande repercussão, o que ocasionou em uma enorme visibilidade aos trabalhos do grupo, surpreendendo os membros do Judiciário.
O objetivo do presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, era colocar os militares mais próximos do processo eleitoral e, após isso, obter o apoio na defesa do sistema eletrônico de votação, o que diminuiria o respaldo de alguns grupos sobre a segurança das eleições brasileiras.
As Forças Armadas enviaram algumas perguntas para o Tribunal Eleitoral, e, de acordo com eles, elas já foram respondidas. “Fizeram 80 perguntas específicas com pedidos de informações para compreender o funcionamento das urnas eletrônicas, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança, ou vulnerabilidades”, contou o TSE sobre o teor dos questionamentos.
Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em diálogos particulares, rotulam o convite do TSE para as Forças Armadas participarem da comissão um verdadeiro “tiro no pé”, pois não aumentou a confiabilidade no pleito, apenas serviu para aumentar o discurso contra o sistema eleitoral brasileiro.
Para os magistrados, os militares pela primeira vez se tornaram protagonistas das discussões eleitorais e a comissão se tornou o palco disto.
Em um documento enviado ao TSE, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, solicitou que as demandas da CTE para as Forças Armadas sejam encaminhadas ao ministro, gerando dúvida sobre a participação do comandante de Defesa Cibernética do Exército, general Heber Garcia Portella, que representa os militares desde o início da comissão.
Documento emitido pelo Ministério da Justiça. Foto:Reprodução/Gov.br
O ministro da Defesa fez questão de frisar que não se trata de uma autonomeação do ministro para se tornar participante do grupo.
A comissão é formada por representantes de instituições, de órgãos públicos e da sociedade civil, além de especialistas em tecnologia da informação, informou o TSE.
Foto destaque: Reprodução/TSE