TV Globo é condenada em 2ª instância a pagar mais R$1 milhão a jornalista Carina Pereira

Sara Corrêa Por Sara Corrêa
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A ex-apresentadora Carina Pereira ganhou, nesta quarta-feira (5), em 2ª instância, o processo milionário contra a TV Globo. A emissora vai pagar uma indenização de R$1,5 milhão para a ex-funcionária. No processo, ela afirmou que enquanto trabalhava na filial mineira da Globo ela sofreu preconceito de gênero, assédio e teve acúmulo de funções. 

Em junho aconteceu a primeira condenação do processo, porém, a Globo recorreu do resultado. Nesta nova decisão, a 9ª turma do Egrégio TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais) concordou com o que já tinha sido estabelecido.

Segundo o novo documento, ficou comprovado que Carina foi vítima de assédio moral no trabalho e de preconceito de gênero, com repetição da prática ao longo do tempo, culminando com a sua transferência de setor dentro da empresa.  

Os desembargadores Rodrigo Ribeiro Bueno, Weber Leite de Magalhães Pinto Filho e Maria Stela Álvares da Silva Campos fizeram parte do julgamento que concluiu que a Globo não tomou nenhuma iniciativa quando a jornalista denunciou ao RH os assédios morais que sofreu do seu chefe, e também não apresentou nenhum motivo que explicasse a sua saída do programa esportivo Globo Esporte.  

“Assim, sendo incontroverso, repita-se, que a reclamante fez denúncias sobre os assédios morais sofridos no ambiente de trabalho, e, ainda, com base na prova oral colhida neste feito, conclui-se que a reclamada não tomou qualquer providência efetiva para apurar e solucionar os conflitos existentes no ambiente de trabalho e que prejudicaram a reclamante, trazendo-lhe dor íntima, sentimento de desvalia e desmotivação profissional”, diz um trecho da decisão.


Carina Pereira apresentando o Bom Dia Minas. Foto: (Reprodução/UOL)


O argumento de que Carina tinha mudado de setor porque tinha sido promovida foi derrubado pela Justiça, pois a promoção aconteceu em 2017 e a transferência apenas em 2019. 

“Ademais, a transferência da autora ocorreu exatamente no sentido das denúncias que ela fazia quanto ao preconceito de gênero, ou seja: ela saiu do Globo Esporte para o Bom Dia Minas. Desta forma, ficou comprovado que a reclamante foi vítima de assédio moral no trabalho e de preconceito de gênero, com reiteração da prática ao longo do tempo, culminando com a sua transferência de setor dentro da empresa.” 

Carina deixou a empresa em janeiro de 2021, e fez um desabafo nas redes sociais afirmando ter sido tratada de forma diferente por ser mulher e acusou o setor de recursos humanos de não ter tomado uma providência.

Foto destaque. Jornalista Carina Pereira no estúdio do Globo Esporte. Foto: Reprodução/O Tempo.

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