Trabalhadores que escavavam escombros de um prédio bombardeado na cidade de Mariupol no sul da Ucrânia, encontraram cerca de 200 corpos nesta terça-feira (24), revelou o assessor da Prefeitura de Mariupol, Petro Andriushchenko.
A situação dos corpos era de decomposição e impregnava as redondezas do bairro onde estava localizado o bunker, disse o conselheiro de governo. Por mais que o anúncio tenha sido nesta terça-feira, não está claro quando os corpos foram descobertos.
“Ao retirar os escombros de um bloco de apartamentos na avenida Myru, cerca de 200 corpos de vítimas foram encontrados em um porão com alto grau de decomposição”, escreveu o Pedro Andriushchenko no Telegram, conforme publica a agência ucraniana de notícias Unian.
(Foto/reprodução: Estadão)
Ainda de acordo com o relato de Andryushchenko, os moradores da região se recusaram a recolher os corpos encontrados no local. Dessa maneira, os cadáveres seguem dentro do abrigo destruído.
“Para um enterro oficial gratuito, você precisa fazer fila, levar o corpo do falecido para um necrotério por conta própria, fingindo que o corpo acabou de ser encontrado. Ou, você pode precisa gravar um vídeo, em que o requerente dirá que o falecido foi morto pelo exército ucraniano. Devido a essas condições, muitos cadáveres são deixados em sacos na rua em necrotérios improvisados”, disse Andryushchenko.
Mariupol foi palco de um dos mais longos cercos militares da guerra na Ucrânia desde o início do conflito. As forças armadas da Rússia já controlavam o resto da cidade, onde cerca de 100.000 pessoas ainda permanecem, de uma população pré-guerra de 450.000, muitas sem comida, água, aquecimento ou eletricidade.
As autoridades ucranianas disseram que pelo menos 21.000 pessoas foram mortas – e acusaram a Rússia de tentar encobrir a extensão dos horrores trazendo equipamentos móveis de cremação.
Desde o início da guerra em 24 de fevereiro, mais de 2.400 pessoas morreram em Mairupol, no Sul da Ucrânia, segundo o chefe de Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borell.
Segundo ele, mais de 2,6 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia, e o número de refugiados pode aumentar para até 5 milhões.