Terminou o prazo de resposta das tropas ucranianas em Mariupol referente ao ultimato russo, nesta quarta-feira (20), tendo as opções de se renderem ou morrerem. Porém, o comandante de uma unidade que diz estar mantendo a cidade sitiada opina que suas forças poderiam sobreviver apenas dias ou horas.
A Batalha dos Donbass esteve em risco de invasão por milhares de tropas russas apoiadas por artilharia e barragens de foguetes, levando em conta tomar duas províncias orientais que reivindica em nome dos separatistas.
O comandante 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, unidade que se mantinha em Mariupol, pediu reforço internacional para o ajudar a escapar da zona de alto risco.
“Esse é o nosso apelo ao mundo. Pode ser o último. Podemos ter apenas alguns dias ou horas. As unidades inimigas são dezenas de vezes maiores que as nossas, elas tem domínio no ar, na artilharia, nas tropas terrestres, nos equipamentos e tanques”, publicou no facebook o Major Serhiy Volyna.
Segundo as Nações Unidas, o número de refugiados que deixaram a Ucrânia desde o começo da guerra, em 24 de fevereiro, já ultrapassou a marca de 5 milhões, mais da metade registradas como crianças.
No caos de Mariupol, o lugar mais afetado por impactos humanitários causados pela guerra, a Rússia agiu para atingir o último reduto principal da Ucrânia, a chamada usina de aço Azovstal, usando bombas bunker-buster, disse Kiev.
O presdiente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforça que o percurso da batalha em Donbass pode influenciar o conflito em geral. (Foto: Diego Herrera Carcedo/ via Getty Images)
No twitter, o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak, escreveu: “O mundo assiste ao assassinato de crianças e permanece em silêncio”.
A conquista pelo controle total de Mariupol, significaria a Rússia um grande prêmio estratégico, ligando o território mantido por separatistas pró-russos no leste com a região da Crimeia, que Moscou anexou em 2014.
Os separatistas apoiados pela Rússia informaram por volta das 8 horas (horário de Brasília) desta quarta-feira, que apenas cinco pessoas se renderam em decorrência do ultimato russo.
A Ucrânia iniciou planos de enviar 90 ônibus para evacuar 6.000 civis de Mariupol, afirmando que chegou a um “acordo prelimiar” com a Rússia sobre um corredor seguro pela primeira vez em semanas. Mas nenhum desses acordos anteriores passaram por avaliações bem sucedidas, com Moscou bloqueando todos os comboios.
Foto em destaque: Prazo de ultimato russo termina, e Rússia diz que não houve rendição. (Diego Herrera Carcedo/ via Getty Images)