A Univaja, associação que reúne indígenas do Vale do Javari, na região do Amazonas, nesta última quarta-feira (15), divulgou uma nota em que afirma que o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram vítimas de um crime político. As notas só foram divulgadas momentos antes da confissão de um dos presos envolvidos no caso.
“A Univaja compreende que o assassinato de Pereira e Phillips constitui um crime político, pois ambos eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari, pelo nosso direito ao bem-estar, pelo nosso direito ao território e aos recursos naturais que são nosso alimento e garantia de vida, não apenas da nossa vida, mas também da vida dos nossos parentes isolados”, afirmou a entidade.
A associação também afirmou que temem que outros integrantes da entidade possam ser assassinados por ficarem de defesa da região e da população local.
“Manifestamos nossa preocupação com nossas vidas, a vida das pessoas ameaçadas (pois não era somente o Bruno Pereira), componentes do movimento indígena, quando as Forças Armadas e a imprensa se deslocarem de Atalaia do Norte. O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças.”
Bruno Pereira em expedição pela Amazônia (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
Segundo a Univaja se as providências necessárias fossem tomadas mais rapidamente, o jornalista e o indigenista não estariam mortos. A entidade atua na região do vale do javari, para representar povos indígenas que vivem no local, os Marubo, os Matis, Matsés, Kanamari, Korubo, Tsohom-dyapa e indígenas isolados. E desde o início deixou bem claro que equipes de vigilância estão atuando desde o início nas buscas e prestando apoio as forças maiores de segurança.
Foto de destaque: Univaja ajuda nas busca pelo Jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira (Foto: Reprodução/ JOAO LAET / AFP)