Saleh al-Arouri, morto na terça-feira (2) em um ataque aéreo com drones em Beirute, capital do Líbano, era vice-líder político e fundador do braço armado do Hamas. Ele é o mais alto membro do Hamas a ser assassinado desde o 7 de outubro, dia no qual o grupo armado bombardeou Israel.
Líder político e militante armado
Saleh al-Arouri, 57, se exilou no Líbano após ficar preso por 15 anos em Israel. Lá, ele representava o Hamas e orquestrava alianças do grupo palestino com outros, como o Hezbollah e o Irã. Os Estados Unidos o consideravam um “terrorista de nível mundial” e ofereceram uma recompensa de US$5 milhões por informações de seu paradeiro, em 2015. Antes do 7 de outubro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou de morte o vice-líder político do Hamas. Entretanto, Israel não assumiu a autoria do ataque desta terça-feira (2).
O vice-líder também foi um importante militante pela causa palestina, sendo um dos principais fundadores das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas. Além dele, outras seis pessoas ligadas ao grupo palestino foram mortas no ataque ocorrido no subúrbio de Beirute, sendo dois comandantes e outros quatro militantes.
Prédio que foi danificado após ataque aéreo no subúrbio de Beirute (Foto: reprodução/ AFP/ BBC News)
Resposta de países vizinhos
A morte do vice-líder do Hamas teve repercussões negativas no Líbano e no Egito – país que vinha ajudando na mediação com o Hamas para libertação de reféns israelenses. No Líbano, o clima é de tensão, já que o Hezbollah disse em comunicado que a morte do vice-líder do Hamas foi “um sério ataque ao Líbano, ao seu povo, à sua segurança, soberania e resistência, e às mensagens políticas e de segurança altamente simbólicas e significativas que contém”. A principal preocupação é de que o grupo extremista se junte diretamente ao Hamas na guerra, aumentando as proporções do conflito na região.
Já o governo egípcio decidiu suspender, por tempo indeterminado, as negociações de libertação de reféns com o Hamas, em uma ofensiva à Israel. O Egito teme que a morte de al-Arouri atrapalhe as negociações de troca de reféns, que vem sido empreendidas principalmente por ele, Estados Unidos e Qatar.
Foto Destaque: vice-líder e militante do Hamas morto no Líbano à esquerda (Reprodução/Reuters/BBC News)