Xi Jinping na presidência da China: Entenda o impacto para as mulheres chinesas

Ana Carolina Lara Por Ana Carolina Lara
3 min de leitura

Nesta semana, começou o 20º Congresso do Partido Comunista (PCC), reunião que ocorre a cada cinco anos na China. E Xi Jinping, que está no poder desde 2012, firma ainda mais sua autoridade.

Qual é o impacto disso na vida das mulheres chinesas? Nos dez anos de Secretaria-Geral de Xi Jinping, a quantidade de mulheres na política caiu drasticamente, ao mesmo tempo, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho (e não só nele) aumentou. É o que dizem estudiosos e ativistas. Na última década, o governo vem dando força cada vez mais ao “valor dos papéis tradicionais” das mulheres como mães e tratadoras, dizem ainda. 

As chinesas querem sua “metade do mundo”, porém, o que é comum, segundo a especialista em política chinesa da americana Brookings Institution, Cheng Li, está bem longe disso, já que o papel das mulheres na política, em sua grande maioria, se limita a deputadas ou cargos mais simbólicos.

A única candidata a ingressar ao comitê geral, de 25 membros, é a chefe provincial do partido, Shen Yiqin. A única voz feminina no grupo é de Sun Chulan, que fez parte da política de zero Covid na China e deve se aposentar em breve.


Shen Yiqin, candidata a ingressar ao comitê geral (Foto:Guizhou Daily/Reprodução/WeChat)


O comitê central, que é o próximo grupo na hierarquia do PCC, tem 371 membros, apenas 30 são mulheres. Desde 2007, o número caiu aproximadamente 2%. Há duas mulheres entre os 31 governadores de nível provincial. Esses números vão de encontro a tentativa do PCC para aumentar o espaço feminino. Em 2012, a participação feminina no partido era de 24%, indo para 29% no ano passado. 

Esses números, de fato, causam obstáculos para as mulheres. Valarie Tan, do Instituto Mercator para Estudos da China, na Alemanha, afirma que “Isso realmente se infiltra em coisas que vemos na sociedade”.

Apesar dos números escancararem os fatos, em 27 de setembro, a Federação das Mulheres, órgão do governo responsável pelos direitos femininos, declarou que a China vem fazendo progresso no que se trata de direitos das mulheres e que elas desfrutam de um país com direitos iguais. A Federação não respondeu a um pedido de comentário da agência ‘Reuters’.

Foto Destaque: Zhai Jianlan. Reprodução/Xinhua

 

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