Com a diplomacia que lhe é peculiar, e aplicando ações estratégicas rumo à paz, o Vaticano, mais uma vez, tenta emplacar o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, propondo uma conversa entre os países em sua sede.
A proposta foi feita na data de hoje pelo Cardeal Pietro Parolin, um dos que chegou a ser cotado como favorito para se tornar Papa, atualmente secretário de Estado. Parolin afirma que a sede do Vaticano poderia ser um local muito adequado para esta conversa.
O convite é reforçado por uma declaração do Papa Leão XIV na mesma data: “a Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para conversarem entre si, para que os povos em todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”.
Papa Leão XIV (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)
Passo a passo para o cessar-fogo
Na data de ontem (15/05), o Papa já havia se encontrado com o Arcebispo-Mor de Kiev, Svjatoslav Shevchuk, representante da Igreja Grego-Católica Ucraniana no Vaticano, na biblioteca do Palácio Apostólico.
Papa Leão XIVrecebe Sviatoslav Shevchuk em audiência privada (Vídeo: reprodução/X/@EWTNVatican)
A audiência privada foi marcada pelo agradecimento que o arcebispo fez ao Pontífice por sua solidariedade ao povo ucraniano. No último domingo (11/05), Leão XIV proferiu palavras pedindo uma paz justa e duradoura, bem como a libertação de todos os prisioneiros e o regresso das crianças afastadas de suas famílias.
Acordo celebrado em Istambul
O cessar-fogo ainda não foi possível no encontro entre as Delegações da Rússia e Ucrânia em Istambul, na Turquia, em 16/05, como desejava o Presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia.
Isso pelo fato do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter feito uma série de exigências consideradas descabidas, tais como: proibição da Ucrânia para entrar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e permanência do controle da Rússia sobre as províncias ucranianas invadidas.
O acordo versou pela devolução de crianças sequestradas e por uma troca de prisioneiros entre os dois países; cada país devolverá 1.000 presos com nacionalidade do país inimigo.
Delegações da Rússia e da Ucrânia durante reunião para tentar um acordo de cessar-fogo, em Istambul, na Turquia, em 16 de maio de 2025 (Vídeo: reprodução/X/@ @SagranCarvalho)
Mesmo não celebrando a paz, com o fechamento deste acordo, vê-se uma luz no final do túnel, uma promessa de paz, pois pela primeira vez, em três anos, os Diplomatas das duas nações tiveram uma conversa.