Chefe da OTAN alerta sobre risco de aliança entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte

Mark Rutte destaca a ameaça crescente à segurança global e apela por unidade entre Europa e América do Norte

Yasmin Souza Por Yasmin Souza
4 min de leitura
Foto Destaque: O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alerta para a crescente ameaça à segurança global (Reprodução/ Bernat Armangue/AP)

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alertou nesta terça-feira (12), que a cooperação militar e econômica da Rússia com China, Coreia do Norte e Irã representa um sério risco para a segurança na Europa, América do Norte e Indo-Pacífico. O pronunciamento ocorre em meio a incertezas sobre o futuro da ajuda dos EUA à Ucrânia, especialmente com a posse do novo presidente, Donald Trump.

Rutte, sublinhou que a aliança entre os quatro países desafia a estabilidade global, intensificando as tensões e exigindo uma resposta coordenada dos países ocidentais para preservar a paz e a segurança.

Relação Rússia e China intensifica ameaça global

Rutte, alertou que a parceria crescente entre Rússia e China se apresenta como uma das principais ameaças à segurança internacional. A aliança não apenas fortalece a economia russa, mas também garante à Rússia um suporte industrial e militar significativo. Com o apoio chinês, a Rússia tem amplificado sua capacidade de defesa, o que representa um desafio direto aos interesses da OTAN e dos Estados Unidos.


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Segundo o chefe da OTAN, a influência chinesa não se limita ao apoio econômico. Pequim tem usado sua parceria com a Rússia para expandir sua narrativa em diferentes regiões do mundo, ampliando sua presença estratégica e exercendo uma influência crescente. Essa conexão entre duas grandes potências não ocidentais é vista como uma preocupação para os países da OTAN, que podem enfrentar maiores dificuldades em manter a estabilidade na região europeia e no Indo-Pacífico.

Apoio do Irã e Coreia do Norte aumenta tensões

Além da China, Rutte mencionou a colaboração da Coreia do Norte e do Irã com a Rússia, ressaltando os efeitos desse apoio militar. A Ucrânia relatou recentemente confrontos com cerca de 11 mil soldados norte-coreanos destacados na região de Kursk, um envolvimento que sublinha o papel ativo desses países no conflito. A assistência militar do Irã e da Coreia do Norte à Rússia intensifica a ameaça, configurando uma rede de apoio que desafia a segurança ocidental.

O Irã também tem se posicionado como um aliado-chave, fornecendo suporte militar à Rússia, e assim consolidando um bloco geopolítico contrário ao Ocidente. Para a OTAN, essa união entre as quatro potências evidencia uma estratégia de expansão de influência e militarização, levando a aliança a rever seus planos de segurança e a reforçar os laços com países que compartilham valores e interesses comuns.

Incógnita sobre o apoio dos EUA com a chegada de Trump

Em meio às tensões crescentes, a aproximação de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gera dúvidas sobre o futuro do apoio norte-americano à Ucrânia e aos países da OTAN. Durante sua campanha, Trump criticou os altos níveis de assistência ocidental enviados para Kiev, afirmando que encerraria rapidamente o conflito, sem oferecer detalhes sobre o processo. A possível diminuição do apoio dos EUA gera apreensão entre os líderes europeus, que veem nos EUA um parceiro essencial.

Para Rutte, a unidade entre Europa e América do Norte continua sendo vital para enfrentar as ameaças colocadas por essa aliança entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. Ele destacou que, em um contexto de incertezas, manter a coesão entre os aliados ocidentais é crucial para assegurar uma resposta efetiva a essas novas ameaças, que se estendem do leste europeu ao Indo-Pacífico.

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