Com o objetivo de oferecer um lar provisório para os gaúchos que perderam a moradia na tragédia climática que vem assolando o sul do país, a prefeitura de Porto Alegre está planejando construir uma cidade improvisada. Nesta terça-feira (14), a discussão ainda estava em âmbito interno, em processo de avaliação municipal e sem detalhes definidos. Não há previsão de quando a proposta deverá ser colocada em prática.
De sambódromo a abrigo
Um dos bairros que não foram atingidos pelas enchentes é o de Porto Seco. Seria uma ótima opção para esse projeto. O Complexo Cultural Porto Seco, sambódromo da cidade, fica parado o restante do ano após o carnaval.
Porto Seco está localizado ao norte da capital do Rio Grande do Sul, e é um bairro muito carente. O Complexo Cultural teria que ser ajustado, pois sua estrutura está danificada pelas constantes depredações.
A ideia da gestão municipal é instalar umas 5 mil barracas no Complexo, atendendo a cerca de 10 mil pessoas. A segurança do espaço ficaria por conta das Forças Armadas. Para isso, o Presidente da República teria que decretar a GLO (Garantia da Lei de Ordem). Essa missão é de competência única e exclusiva dele.
Esforços do município, estado e União
O projeto municipal dos espaços temporários deverá ser pauta de reuniões com autoridades estaduais e com a comitiva presidencial, que deverá estar em Porto Alegre na próxima quarta-feira.
Além do Complexo Cultural, existem outros terrenos de posse do estado e da União que podem ser usados para instalação dessas cidades provisórias, como é o caso de uma área utilizada pela Trensurb.
De acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil no início da noite, o estado do Rio Grande do Sul está com 149 pessoas mortas, 112 desaparecidas e 806 feridas. Cerca de 2.124.553 pessoas foram afetadas, 538.245 estão desalojadas e 79.494 foram para abrigos. As equipes resgataram 76.483 pessoas e 11.002 animais.