Coleção de animais exóticos taxidermizados é apreendida pela Polícia Federal

Um esquema de lavagem de dinheiro, que estava sendo investigado, leva a vários bichos vindos da África de forma ilegal

Lourdes Carvalho Por Lourdes Carvalho
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Foto destaque: coleção de animais taxidermizados na mansão de Arthur Rondini (reprodução/Instagram/@showdavida)

Na última semana, a Polícia Federal, que estava investigando um esquema de lavagem de dinheiro, encontrou na mansão do empresário Arthur Rondini em São José do Rio Preto, interior de São Paulo; ouro, armas, dinheiro e uma coleção de animais empalhados africanos. Girafa, búfalo, antílope, hipopótamo ornavam as paredes da casa.

Investigação já dura cinco anos

A investigação, que já durava cinco anos, identificou um esquema de lavagem de dinheiro, oriundo do garimpo de ouro no Pará e Mato Grosso, de forma ilegal. Nesse período, R$ 3 bilhões foram rastreados pela Polícia Federal, levando a um grupo liderado por Rondini.

Segundo o delegado, os investigados movimentaram R$ 180 milhões no ano de 2021. As sedes das empresas constituídas eram casas simples em São José do Rio Preto, o que despertou a desconfiança da polícia. Os titulares eram “laranjas”.


Animais taxidermizados na parede da mansão de Arthur Rondini (Foto: reprodução/Instagram/@showdavida)

Na busca da semana passada, foram apreendidos R$ 73 mil em dinheiro, dois revólveres, duas pistolas, uma espingarda, quatro fuzis e mais de 1,5 kg de ouro. O empresário teve bens e valores de aproximadamente R$ 1,3 bilhão bloqueado.

O investigado praticava caça profissional na África. A carcaça dos animais era trazida para taxidermizar. O Ibama foi chamado e apreendeu 12 dos 19 animais, por não terem licença, caracterizando contrabando. Os animais legalizados estão em poder da PF como parte do bloqueio.

O alto custo dos “troféus” lavava o capital ilegal

Arthur Rondini efetuava “caça enlatada”. João Alvarez de Sá, funcionário do Ibama, explica que nessa modalidade de caça “o animal é criado amansado dentro de um ambiente controlado, tem os instintos ali suprimidos e é solto em um ambiente fechado só para o momento da caça”.

Só o processo de taxidermizar pode custar mais de R$ 100 mil por animal, fora as viagens para caçar. A Polícia Federal concluiu que o alto custo desse hobby encobria o capital obtido ilegalmente.

Os advogados de Rondini negam as acusações. Segundo eles, o empresário é colecionador, atirador esportivo e caçador. Enfatizaram que tanto as armas, quanto a coleção de animais foram adquiridos legalmente.

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