Comunidades buscam R$ 17,5 bilhões da Vale por desastre de Mariana

Anderson Oliveira Por Anderson Oliveira
3 min de leitura
Totem com logo da Vale (Foto: eprodução/Washington Alves/Reuters)

Desde o trágico rompimento da barragem em Mariana (MG) em 2015, comunidades locais e empresas afetadas têm lutado por justiça e compensação. Na terça-feira (19), advogados que representam essas vítimas anunciaram uma nova iniciativa, uma ação judicial lançada na Holanda em busca de aproximadamente 3 bilhões de libras esterlinas, equivalente a R$ 17,5 bilhões, em compensações das empresas de mineração Vale e Samarco.

Essa ação visa a representar cerca de mil empresas e mais de 77 mil indivíduos impactados pelo desastre. Ela é liderada pela Stichting Ações do Rio Doce, uma fundação holandesa sem fins lucrativos, em colaboração com a empresa holandesa Lemstra Van der Korst e a britânica Pogust Goodhead, esta última já envolvida em um processo similar no Reino Unido contra a empresa de mineração BHP.


Tragédia Mariana
Mariana após ruptura de barragem (Foto: reprodução/Antônio Cruz/Agência Brasil)

Até o momento, a Vale não se pronunciou sobre o processo movido na Holanda. Vale ressaltar que, este ano, um juiz federal brasileiro determinou que a Vale, a BHP e sua joint venture Samarco devem pagar R$ 47,6 bilhões em indenizações pelo desastre. No entanto, é importante notar que essa decisão não abrange as vítimas individuais, conforme afirmou a Pogust Goodhead em janeiro.

Um eco de sofrimento

O rompimento da barragem em Mariana não só resultou em uma terrível perda de vidas, com 19 pessoas falecidas, mas também desencadeou um deslizamento de lama de proporções catastróficas, poluindo o Rio Doce e afetando comunidades ao longo de seu curso até sua foz no Oceano Atlântico. A busca por justiça e reparação continua, enquanto as comunidades afetadas se unem na esperança de obter o ressarcimento tão necessário e merecido.

Relembre o caso

No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu uma tragédia quando uma barragem da Samarco se rompeu, despejando 40 bilhões de litros de resíduos de mineração sobre as comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, em Mariana, Minas Gerais e Gesteira em Barra Longa, Minas Gerais. A lama contaminada não apenas inundou essas áreas, mas também afetou o Rio Doce, elevando seu nível em 1,5 metro, e continuou seu caminho até o Oceano Atlântico, percorrendo 550 quilômetros e impactando inúmeras cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo ao longo do trajeto.

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