Nesta terça-feira (29), a Polícia Federal concluiu que Francisco Wanderley Luiz agiu sozinho no atentado ocorrido em 13 de novembro de 2024, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal. Com base nas investigações, que incluíram análise de dados bancários e fiscais, perícias em locais próximos ao ocorrido, reconstrução da cena e depoimentos de testemunhas, foi determinado que o autor não contou com ajuda ou financiamento de terceiros. A motivação, segundo a Polícia Federal, foi o extremismo político.
O atentado
Francisco Wanderley Luiz foi o responsável pelo atentado nas imediações do Supremo Tribunal Federal em 13 de novembro de 2024. As explosões tiveram início por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes. A primeira ocorreu em seu próprio carro, estacionado próximo à Câmara dos Deputados. No entanto, a explosão que causou sua morte aconteceu nas imediações do prédio do STF.
As investigações indicaram que o crime foi premeditado. De acordo com o diretor-geral da Polícia Federal, Wanderley esteve em Brasília em outras ocasiões e chegou a alugar um imóvel próximo ao STF. Ainda não há comprovação, no entanto, de que ele tenha participado dos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Esse trailer foi alugado há alguns meses — não foi algo recente — e estava localizado em um ponto estratégico nas proximidades do STF, o que indica um planejamento de médio e, possivelmente, de longo prazo, evidenciando a gravidade do que foi feito”, afirmou Andrei Rodrigues.
Na época, o Supremo Tribunal Federal informou, por meio de nota, que as explosões foram ouvidas ao final da sessão, e que ministros, servidores e colaboradores foram evacuados do prédio por precaução e com segurança.
Quem era Francisco Wanderley Luiz
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era empresário do setor de entretenimento e residia no Rio Grande do Sul. Filho de comerciantes, alcançou reconhecimento ao abrir casas de eventos em sua cidade natal.
De acordo com familiares, seu interesse por política começou em 2018, chegando a se candidatar ao cargo de vereador, mas não foi eleito. Em 2022, demonstrava insatisfação com o governo vigente e expressava, inclusive em suas redes sociais, forte oposição ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes. Através de um depoimento por vídeo da ex-esposa dele à Polícia Federal, Francisco compartilhava com ela pesquisas do Google sobre atentados e planejamentos para executar a ação.