Crise humanitária no Mediterrâneo: quase 100 migrantes desapareceram ou morreram em 2024

Ana Luiza Alvarenga Por Ana Luiza Alvarenga
3 min de leitura
Imigrantes no Mediterrâneo (Reprodução/Revista Pesquisa Fapesp/LorenaR7)

No ano de 2023, mais de 2.500 pessoas perderam suas vidas ou desapareceram no Mediterrâneo, representando um aumento alarmante de 48% em comparação com trágicos eventos de 2022. Esses casos continuam a crescer de forma assustadora no primeiro mês de 2024.

São quase 100 mil pessoas mortas ou desaparecidas nesta travessia, conforme reportado pela Organização Internacional para Migrantes (OMI). Este apontamento foi divulgado durante a conferência Itália-África, na capital italiana, Roma, a qual discutia as relações econômicas e os meios para conter o processo migratório ilegal na Europa. 

Causas das migrações para a Europa

As causas primárias da migração para Europa, através do Mediterrâneo, incluem conflitos políticos, pobreza, perseguição e mudanças climáticas nos países de origem. Guiné, Tunísia, Costa do Marfim, Bangladesh e Egito são os principais países de origem identificados nesse cenário. 

Em julho de 2023, a União Europeia assinou um acordo de imigração, buscando compartilhar a responsabilidade de cuidar dos imigrantes refugiados pelo mar mediterrâneo, além de combater o tráfico de imigrantes que ocorre nessa rota. No entanto, mesmo com tais esforços, a rota do Mediterrâneo continua a ser a mais utilizada, resultando em perdas significativas da vida humana. 

Ainda, durante o ano passado, a Itália foi o país que mais recebeu migrantes pela rota do Mediterrâneo.


Registro de salvamento de refugiados (Foto: reprodução/ANSA)

Migrantes Desaparecidos

O projeto Migrantes Desaparecidos é uma iniciativa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que visa o registro e a divulgação dos casos de migrantes que perderam a vida ou desapareceram durante suas jornadas. A diretora-geral da OIM, Amy People, ressaltou que “o último registro de mortes e desaparecimentos é um lembrete claro de que uma abordagem abrangente que inclua caminhos seguros e regulares. É a única solução que beneficiará tanto os migrantes como os Estados.” 

Em janeiro de 2024, aproximadamente 40 migrantes tunisianos foram reportados como desaparecidos após se lançarem em direção à costa italiana, evidenciando a urgência de ações concretas para enfrentar a crise humanitária em curso.

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