Crise se agrava na Coreia do Sul e promotores abrem investigação contra presidente

O pedido de impeachment do líder político foi negado no final deste sábado (7)

Thamara Dutra Por Thamara Dutra
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Foto destaque: Presidente da Coreia do Sul é alvo de investigação (Foto/Reprodução: Poder360)

A crise na Coreia do Sul se agravou neste domingo (8), parlamentares estão movendo uma investigação criminal contra o presidente Yoon Suk-yeol. O líder se tornou alvo da investigação após a sua tentativa de implementar a lei marcial no país na semana passada.

Três partidos apresentaram uma queixa contra o presidente, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun e o comandante da lei marcial Park An-su, acusando-os de insurreição. Os promotores prenderam Kim Yong-hyun neste domingo (8).

O crime de liderar um levante é punível de morte ou prisão perpétua, com ou sem trabalhos forçados.


Kim Yong-hyun, ex-ministro da Defesa, foi preso neste domingo (8) (Foto: Reprodução/Shutterstock)

O Partido democrático, principal partido de oposição, pediu a suspensão imediata do presidente das funções presidenciais e a destituição da sua autoridade de controlar as forças armadas do país. O Partido também pediu a prisão de Yoon e dos militares aliados à lei marcial.

A votação

O pedido de impeachment de Yoon foi votado e negado neste sábado (7). Os deputados do Partido do Poder Popular (PPP) precisavam de pelo menos 8 votos para aprovar o impeachment. Entretanto, o partido de Yoon se opôs ao pedido e a principal oposição não possui a quantidade suficiente de parlamentares para aprovar a abertura do processo.

Caso o pedido fosse aprovado, o presidente seria imediatamente suspenso de suas atividades e do exercício do poder até o julgamento do processo. O primeiro-ministro o substituiria como líder interino. A derrota da moção intensificou os protestos públicos pedindo a saída de Yoon.

Protestos contra a lei marcial se intensificam (Foto: reprodução/Carta Capital)

Han Dong-hoon, líder do partido de Yoon, afirmou que o presidente seria afastado do cargo antes da concretização da sua renúncia. No entanto, a proposta foi duramente criticada e rejeitada por parlamentares da oposição, que consideraram ser mais uma estratégia para consolidar poder e evitar o impeachment. O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, afirmou que transferir o poder presidencial para o primeiro-ministro sem um processo de impeachment seria uma violação da Constituição.

O fracasso da lei marcial

O presidente se pronunciou pela primeira vez na semana passada sobre a lei marcial implementada na última terça-feira (3). No discurso televisionado, Yon pediu desculpas e prometeu que não haverá uma segunda declaração de lei marcial no país.

A medida foi rejeitada por parlamentares e pegou a população sul-coreana de surpresa. A medida tinha o objetivo de restringir direitos civis, substituindo a legislação comum por leis militares. A lei permaneceu em vigor por seis horas no país e logo o presidente anunciou que iria revogar o decreto após os deputados fazerem uma votação de emergência para rejeitar a medida.