A defesa do influente rapper e produtor musical Sean Combs, mundialmente conhecido como Diddy, emitiu um comunicado público no qual assume o histórico de violência doméstica do artista, classificando suas ações como “indefensáveis”. A declaração ocorre após a divulgação de um vídeo chocante, obtido exclusivamente pela CNN, que mostra o magnata da música agredindo fisicamente sua ex-namorada, a cantora e modelo Cassie Ventura, em um corredor de hotel em 2016.
As imagens, que corroboram as denúncias feitas por Cassie em um processo judicial movido em novembro de 2023 – posteriormente encerrado em um acordo confidencial –, mostram Diddy perseguindo a artista, agarrando-a pelo cabelo, jogando-a ao chão e chutando-a enquanto ela tenta se proteger.
Teny Geragos, advogada de defesa de Sean “Diddy” Combs, admitiu publicamente parte das alegações contra o magnata da música durante os procedimentos legais. Geragos confirmou que seu cliente possui um temperamento explosivo, apresenta comportamento violento sob influência de álcool e drogas, e de fato cometeu atos de violência doméstica no passado. Em menção ao vídeo divulgado, em que mostra Diddy agredindo sua ex-namorada Cassandra Ventura, Teny disse que a violência divulgada era “desumanizadora”, “horrível” e “indefensável”.
No entanto, a defesa argumenta veementemente que essas admissões não significam que Combs seja culpado das acusações mais graves que enfrenta atualmente. “Ele será responsável, ele será responsabilizado pelas coisas que fez, mas lutaremos por sua liberdade pelas coisas que ele não fez”, acrescentou ela.
Relacionamento Cassie Ventura e Sean Combs
Cassie (Cassandra Ventura) conheceu Diddy em 2006, quando tinha apenas 19 anos e iniciava sua carreira como modelo e cantora. Ele, já uma lenda da música hip-hop com 36 anos, a contratou para sua gravadora Bad Boy Records. O relacionamento romântico começou um ano depois e se estendeu, de forma intermitente, até 2018, período em que, segundo as autoridades, Combs exerceu controle físico, emocional e profissional sobre ela.
Entenda o caso
O caso ganhou proporções ainda maiores por envolver uma personalidade de enorme influência na cultura pop, dono de uma fortuna estimada em centenas de milhões de dólares e com vasta rede de conexões no entretenimento.
De acordo com a promotora federal Alicia Johnson, o magnata da música Sean “Diddy” Combs teria submetido múltiplas mulheres a situações degradantes, incluindo a participação forçada em encontros sexuais conhecidos como “Freak Offs” – eventos que duravam dias e ocorriam em diferentes cidades dos EUA.
Testemunhas e documentos apresentados pelo Ministério Público afirmam que a equipe de Combs organizava logística, incluindo voos privados e hospedagens, enquanto empresas ligadas ao artista bancavam todas as despesas. Os promotores classificam essa estrutura como parte de uma “organização criminosa” voltada à exploração sexual.
Ainda segundo os promotores, Combs agredia Cassie com frequência. Em 2009, ele a derrubou dentro de um SUV e “pisou várias vezes em seu rosto”, relatou Johnson. Noutra ocasião, ao descobrir que Ventura se relacionava com outro homem, ele a teria espancado, “dando chutes violentos em suas costas e arremessando seu corpo como um objeto“, conforme descrição da promotora.
As agressões ocorriam até por motivos banais – como não atender ligações rapidamente ou demorar no banheiro. O caso mais extremo envolveu um suposto episódio de humilhação sexual: Johnson afirmou que Combs obrigou Cassie a receber urina de um profissional do sexo em sua boca, deixando-a com sensação de asfixia.
Os promotores afirmam que Sean usou de seu poder e controle para “fazer sua vontade naqueles quartos de hotel escuro“. As demais vítimas envolvidas no caso, incluindo Cassie Ventura, não se manifestaram publicamente sobre as últimas declarações da defesa.