DJ Barbara Butch sofre cyberbullying pela abertura da Olimpíada

Lourdes Carvalho Por Lourdes Carvalho
3 min de leitura
Foto destaque: DJ Barbara Butch sofre ameaças por participação na abertura da Olimpíada (Reprodução/Instagram/@barbarabutch)

Nesta terça-feira (30), uma fonte informou que a DJ francesa Barbara Butch apresentou uma queixa por assédio cibernético, o qual foi agravado por ameaças de morte e insultos públicos. Os ataques ocorreram por causa da cena que criou polêmica na abertura da Olimpíada de Paris.

O quadro intitulado Festivity, que contou com a participação de Butch, apresentou a imagem de um grupo à mesa, formado por várias drag queens famosas, como Nicky Doll, Paloma e Piche. Muitos interpretaram a cena como um deboche da última refeição de Jesus com seus apóstolos.

Direção garante que não houve inspiração na Última Ceia

Políticos de extrema direita, principalmente na França e na Itália, assim como Donald Trump fizeram duras críticas. O episcopado francês afirmou que foram cenas de zombaria e escárnio ao cristianismo.


DJ Barbara Butch
DJ Barbara Butch na abertura dos Jogos Olímpicos (Reprodução/Instagram/@barbarabutch)

O diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, afirmou que não se inspirou na Última Ceia. “Foi mais uma questão de criar uma grande celebração pagã, ligada aos deuses do Olimpo”, ele enfatizou.

Butch, que é uma artista, ativista, feminista, antigordofobia e lésbica já havia comentado em seu Instagram que estava sendo alvo de mais um assédio cibernético, este sendo particularmente violento.

Advogada da DJ divulga a gravidade da ameaça

Audrey Msellati, advogada de Barbara Butch, divulgou que a DJ foi ameaçada de morte, tortura e estupro. Além disso, foi alvo de insultos antissemitas, homofóbicos, sexistas e gordofóbicos.

“Aqueles que atacam Barbara Butch o fazem porque não suportam o fato de ela poder representar a França, por ser mulher, lésbica, gorda, judia… O problema é sua intolerância e seu obscurantismo. Ao atacá-la, eles estão atacando os valores, os direitos e as liberdades da França, que ela representa por sua existência na arena pública e, em particular, pelo fato de que ela se apresenta para o seu país em uma vitrine mundial.”

Audrey Msellati

O COI (Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos) reprovou fortemente o cyberbullying sofrido pela equipe artística da cerimônia de abertura.

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