O Supremo Tribunal Federal recebeu o aviso da diretoria da Polícia Federal, informando que, no máximo, até a próxima semana enviarão os relatórios sobre a fase final de dois inquéritos em andamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sobre os inquéritos
Os documentos citados envolvem os caso das jóias trazidas da Arábia Saudita pelo ex-ministro Bento Albuquerque enquanto Jair Bolsonaro esteve no poder (2019-2022) e depois pela tentativa de venda das mesmas, sendo estas omitidas do acervo da Presidência da República, o que configura crime de peculato (quando um funcionário público apropria-se ou desvia, em favor próprio, de dinheiro, valor, usando de seu cargo) – 312 do Código Penal – dois a doze anos e multa.
Sobre o caso da fraude no cartão de vacinação (2021), configurando o crime de Associação criminosa – art.313-A do Código Penal e configurando também o crime de Inserção de dados falsos em sistema de informações – art. 288 do Código Penal – 3 a 15 anos.
Investigadores acreditam que até sexta-feira (28) consigam encerrar os inquéritos. Membros aliados alegam perseguição política no caso. A delação de Mauro Cid, ex- auxiliar de Jair Bolsonaro, foi essencial no caso para conseguir provas concretas de que o ex-presidente, de fato, está envolvido em ambos os crimes. É de conhecimento da Polícia Federal que Cid participou ativamente nos dois casos.
Bolsonaro nega todas as acusações e se diz inocente (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)
Operações começaram no ano passado
A operação “Lucas 12:2” se dá por seu significado bíblico “não há nada escondido que não venha a ser descoberto” e se iniciou em 2023. No início, apenas quatro pessoas foram alvos da operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do STJ, são elas: Mauro César Barbosa Cid, Mauro Cesar Lourena Cid, Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef, que já atuou em defesa da família de Bolsonaro.
De acordo com a Polícia Federal os crimes apurados seriam lavagem de dinheiro e peculato. Após investigações e delações de Mauro Cid, foi confirmado que o ex-presidente estava envolvido no esquema.
A operação “Venire”, que se iniciou em maio de 2023, investigou pessoas suspeitas em um suposto esquema de inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19, Bolsonaro estava na lista das pessoas à serem investigadas, porém ele nega as acusações.