Nesta quinta-feira (3), durante uma conversa com repórteres no Air Force One, o presidente Donald Trump mencionou a possibilidade de negociar tarifas e discutir um acordo com a China sobre a venda do aplicativo TikTok.
“Todos os países nos ligaram. Essa é a beleza do que fazemos, nos colocamos no banco do motorista”, revelou Trump.
Ele também afirmou estar aberto a novas discussões com outras nações, porém espera que essas negociações tragam benefícios para os Estados Unidos. Trump citou o aplicativo como exemplo, sugerindo que a China poderia colaborar com a venda da plataforma em troca de um alívio tarifário.
Ao ser questionado sobre possíveis negociações em andamento, o presidente negou, alegando que apenas usou o caso como um exemplo.
EUA vs. TikTok
O TikTok enfrenta há tempos desafios nos EUA, com o governo americano alegando que sua ligação com a China e o acesso a dados de milhões de usuários representam um risco à segurança nacional.
No início deste ano, o aplicativo foi banido do país, pois a ByteDance, empresa responsável por sua administração, se recusou a vendê-lo para investidores americanos.
A empresa negou as acusações de ter compartilhado dados de usuários dos EUA com o governo chinês e argumentou que a lei que impõe sua venda viola os direitos constitucionais dos americanos, garantidos pela Primeira Emenda.
Com mais de 170 milhões de usuários no país, a plataforma chegou a suspender seus serviços até a posse do atual presidente, Donald Trump, que assinou um decreto adiando a proibição do aplicativo até o dia 5 de abril, caso parte da empresa fosse vendida para empresários americanos.


As tarifas americanas
Ao assumir o poder em 20 de janeiro, Trump introduziu novas mudanças nas tarifas sobre produtos importados pelos EUA.
Países como Canadá e México tiveram suas exportações taxadas em 25%, o que gerou retaliações por parte dos dois governos. Após ameaças de taxações recíprocas, Trump suspendeu a medida por 30 dias. Ele também ameaçou impor tarifas à Colômbia caso o país não aceitasse os imigrantes que estavam nos Estados Unidos.
China e Brasil também estão entre os países impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump. Na última quarta-feira (2), o presidente republicano anunciou uma taxação de 54% sobre as importações chinesas para os EUA, o que pode intensificar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
No caso do Brasil, as exportações para os Estados Unidos sofrerão uma taxa de 10% a partir deste sábado (5). No entanto, alguns produtos, como o petróleo, estarão isentos da nova tributação, enquanto o aço permanecerá sujeito à tarifa de 25%, conforme a determinação de Trump em março.