Eduardo Bolsonaro anuncia licença de mandato para morar nos EUA

Após ter cargo de presidência negado na comissão da Câmara, o deputado solicitou licença para permanecer no exterior

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Eduardo Bolsonaro durante a Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC) em 2025, nos Estados Unidos
Foto destaque: Eduardo Bolsonaro durante a Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC) em 2025, nos Estados Unidos (Reprodução/Saul Loeb/AFP via Getty Images)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comunicou nesta terça-feira (18), por meio do Instagram, que irá tirar uma licença de seu mandato parlamentar, a fim de residir nos Estados Unidos, local em que já está há algumas semanas.

No anúncio de sua decisão, Eduardo criticou arduamente o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), dado que o ministro é responsável pelo inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo.

Presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara

Segundo o blog da colunista do G1 e da GloboNews, Natuza Nery, o filho de Bolsonaro foi impossibilitado de exercer o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, por decisão do presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto.


O jornalista Valdo Cruz fala sobre a decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar (Vídeo: Reprodução/X/@GloboNews)

Nery conta em seu blog que Eduardo soube que não assumiria o cargo no domingo (16) por Valdemar. Sem discurso político para explanar a perda do cargo, tirar uma licença para ficar nos Estados Unidos aparenta ter sido a solução do deputado para permanecer no exterior.

O anúncio de Eduardo ocorreu uma semana antes do julgamento no STF que pode fazer com que seu pai, Jair Bolsonaro, seja réu por tentativa de golpe de estado.

O filho de Bolsonaro relatou em sua postagem que o deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, comandará a Comissão de Relações Exteriores, a fim de manter uma ponte com o governo Trump, assim como o relacionamento com países democráticos e envolvidos.

Eduardo Bolsonaro

O deputado atuava em seu partido como secretário de relações internacionais, e seu nome vinha sendo apontado por parlamentares como uma opção para atuar na comissão na Câmara, utilizando como argumento seu cargo, e a proximidade com aliados de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos.

Contudo, a probabilidade de Eduardo presidir o colegiado foi contestada pelos parlamentares aliados do governo, abrindo assim uma disputa na Câmara.

Após solicitar que os Estados Unidos invadissem o Brasil, o PT solicitou ao STF que o passaporte do deputado fosse apreendido, por atentado à soberania nacional, crime segundo a Carta Magna.

Adversários políticos apontaram que Eduardo Bolsonaro poderia praticar abuso de poder, utilizando o cargo na comissão da Câmara para criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito de golpe e demais investigações voltadas a seus aliados, bem como para seu pai.

Eduardo confirma ainda na postagem que está com receio de ser preso por uma ordem do STF, e por isso não há previsão de quanto tempo permanecerá nos Estados Unidos, ao invés de permanecer em seu país e atuar em seu cargo, agindo como o verdadeiro patriota que menciona ser.

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